segunda-feira, dezembro 29, 2008

2009 (Buffering... )

Para muitos pode resultar tentador ou até trivial, nestes tempos financeiramente obscuros e quase sem perspetivas, escrever sobre o desalentador panorama económico de 2009.
Abrir um jornal ou revista e ler sobre mais uma noticia desanimadora é tão rotineiro e previsível quanto a leitura do horóscopo.

Aparentemente qualquer esperança de melhoria económica foi simplesmente esquecida na sacola de Papai Noel e levada de regresso ao polo norte. É unanimidade que os atuais tempos recessivos estão aqui para ficar indefinidamente e/ou imprevissivelmente.

Em uma coisa podemos estar de acordo: Imprevisivelmente é o melhor adjetivo qualificativo desta crise, e deste ano que termina nesta semana.

Pode até não ser um ano facil (como não foi 2008); Mas a esperança (e o desejo) de que 2009 seja um ano melhor é algo que não podemos nos dar o luxo de perder.


... Um Feliz e Prospero 2009 (abundantemente prospero)!!!

Stock Buster.

domingo, dezembro 21, 2008

Shut Down (na Bovespa)

Diante da metralhadora de medidas aprovadas nestes últimos meses (tanto no Brasil como nos Estados Unidos, na Europa, e em muitos países emergentes), fica evidente que por enquanto o remédio não esta surtindo o efeito desejado.
Isto é, nem a recessão esta sendo evitada no mundo, nem as bolsas estão-se recuperando.

Existe um grupo que afirma que o remédio demorará em sortir efeito (juros baixos, planos de resgate, bilhões por aqui, bilhões por lá). Isto faz sentido, já que a baixa de juros demora aproximadamente 6 meses em refletir na economia real... Pensar no segundo semestre de 2009 como inicio da recuperação, não é algo insano para este grupo.
Existe outro grupo que afirma que a única coisa que resta fazer de concreto para reanimar a economia e o mercado é dar um Viagra à Bovespa.

Logicamente o primeiro grupo não entende nada.

... Na realidade estas ultimas duas semanas são mais para desfrutar em família que para ficar de olho no mercado. Investir neles neste Natal e Final de ano é a melhor opção que como investidores podemos aplicar.
O importante é procurar um motivo para comemorar. Seja porque o ano terminou, seja porque um novo ano esta começando, ou seja pelo motivo que você quiser.

A má noticia de que os Estados Unidos estão em recessão já foi confirmada até pelo presidente Bush, ainda em 2008. Não é incrível? Deve ter sido seu primeiro acerto em muitos... anos?

Em contrapartida, a boa noticia é que “finalmente” os Estados Unidos estão em recessão. O próximo passo deveria ser a recuperação... Ansiosamente esperada por centenas de investidores (nós inclusive).

Nesta penúltima postagem do ano: Gostaria de agradecer especialmente você leitora e leitor deste humilde blog, por ter acompanhado e compartilhado por mais um ano de as idéias, acertos e desacertos...
Por ter aprendido juntos
, por nos divertir juntos, e por nos enriquecer juntos... Investindo.

Fico muito grato por sua leitura! Obrigado!

Que tal comemorar com Jim Carrey este final de 2008 e inicio de 2009? Gostei do vídeo, assim que vai como presente de Natal. Duvido que você não esboce um sorriso.

Boa Semana, Bom Natal...



segunda-feira, dezembro 15, 2008

Unplugged (na Bovespa).

2008 esta chegando ao fim. Ou melhor, deveríamos dizer: 2008 esta chegando ao fim, graças a Deus!

Este foi um desses anos que acumulamos grandes aprendizados, e grandes rombos no portfolio. Claro, que tudo faz parte, só que (aqui entre nós) não estava previamente calculado um rombo deste tamanho.

Mas, como investidores que seguimos um plano, lembrando que todos devem ter um anotado em algum lugar... Mesmo que seja na cabeça. É nestas épocas que não devemos esquecer de ler novamente o que planejamos lá atrás de forma pragmática, e porque não heróica e corajosa. Certo?!

A recompensa deste ano na Plantação foi de R$0,00. Em termos absolutos, e também em qualquer outro tipo de termos.
É importante ressaltar que esse valor nem faz cócegas no meu Hipotálamo (centro de nosso cérebro ligado às recompensas). Bem falou Jason Zweig (em Your Money and Your Brain), temos que ser conscientes de que inconscientemente nossas decisões são fortementes influenciadas pela bendita glándula do Hipotálamo...

Segundo Jasom, evoluídos ou não, nossas decisões (de seres humanos) em muitos casos não se diferenciam às dos animais (sem menosprezar nenhum animal, começando comigo mesmo).

Muitas vezes achamos que estamos no controle de fatos que indiscutivelmente fogem de nosso controle e que são completamente aleatórios.

Quer uma prova?
Vamos fazer o seguinte teste: (escolha uma das opções).

A) Eu vou escolher uma ação (aleatoriamente) da lista de empresas (são 400) que cotizam na Bovespa publicada no jornal Valor. Você ira dizer para mim se amanha esta ação vai subir ou baixar sua cotação. Se você estiver certo, você ganha R$10; Se você estiver errado você perde R$10.

B) Eu vou escolher uma ação (aleatoriamente) da lista de empresas (são 400) que cotizam na Bovespa publicada no jornal Valor. Você irá dizer para mim se ontem esta ação subiu ou abaixo sua cotação. (Logicamente você não pode olhar no jornal para saber o valor da ação). Se você estiver certo, você ganha R$10; Se você estiver errado você perde R$10.

Qual opção você acha que é a melhor?
Guarde sua resposta... isto é para você aprender a conhecer-se melhor...

Este experimento foi realizado na Universidade de Standford, e 2/3 dos participantes optaram pela primeira opção. Embora a maioria das pessoas saiba que ambas opções possuam idênticas probabilidades (50/50).
Para 2/3 dos participantes a opção (A) é muito mais confortável simplesmente porque sentem que o resultado não esta fora de seu controle.
É claro que é um controle ilusório, porem o fato de ter que aguardar o dia seguinte para conhecer o resultado leva às pessoas a sentirem que, segundo seu conhecimento e analise da empresa em questão, as chances de acertar aumentam.

Os fatos acontecidos neste ano estiveram totalmente fora de nosso controle. Da mesma forma que estarão os fatos de 2009, 2010, 20xx... !

A idéia não esta em controlar ou prever os fatos com exatidão cega, mas sim em errar o mínimo possível.
Sempre que estamos tomando uma decisão de investimento, nosso sistema de recompensa (e nosso Hipotálamo) entra em ação inconscientemente. Não existe ser humano que fuja disto. Existe sim, quem conscientemente reflete melhor e pensa com calma e tempo antes de investir...

Aposto R$10 que você esta pensando nisto neste momento!

Boa Semana, Bons Negócios.
(Nota: Últimas semanas do ano!)


domingo, dezembro 07, 2008

Na véspera de Natal.

Aqueles caras em Davos que estavam esquiando em Janeiro de 2008 (lembra?), enquanto por aqui os preparativos para o Carnaval esquentavam, incrivelmente ou não, acertaram quase que na mosca os fatos que se desenrolaram neste histórico e perturbado ano de 2008.

Poderíamos especular sobre diferentes hipóteses, qual foi o motivo para não levar estes caras a serio, mas se algo apavorantemente profético aconteceu em Davos em Janeiro deste ano, a verdade é que talvez nunca saberemos. O fato é, que o relatório que ficou no blog disponível desde sua publicação (ver seção Que Acontece?: (9/1)...), hoje é quase que uma triste e profética historia escrita no melhor estilo Nostradamus
.


(Avaliação de riscos de perdas económicas, Relatório Davos 2008)

O estouro da bolha mobiliaria Americana derivou no calote massificado das hipotecas de segunda linha, que por sua vez acabou colocando na beira do precipício bancos Americanos e Europeus; imediatamente depois o crédito (combustível do consumo e da produção) foi praticamente extinto.

Posições acionarias foram vendidas a qualquer preço (nas bolsas do mundo), para cobrir a falta de dinheiro e conseqüentemente vivemos o declínio de todos os índices acionários.

A falta de crédito e a perda do valor dos ativos nos mercados (incluindo commodities agrícolas e energéticas) esta levando hoje à necessidade de queda na produção (por causa da falta de demanda e dos estoques ainda elevados nas industrias). A baixa na produção deriva da necessidade das industrias/empresas em diminuir o número de funcionários e isto aumenta o desemprego, e o aumento do desemprego realimenta o ciclo de baixa na demanda.

Por que? Mesmo que Lula insista que compremos TVs, carros, e outras coisas, na verdade é que a possibilidade (incerteza) de perda do emprego no curto ou médio prazo leva às famílias (consumidores) a puxar o freio nos gastos. É assim aqui ou em qualquer outra parte do mundo.

Isto é um cenário recessivo. E é o cenário que estamos atualmente vivendo.

Se você é um investidor de curto prazo ou um Day-trader, daqueles que acorda olhando gráficos e escutando as cotações das bolsas asiáticas e européias enquanto faz a barba, este blog definitivamente não é para você.

Mas se você é um investidor de médio e longo prazo, um pouco por convicção, um pouco forçado pela atual conjuntura, saiba que somos muitos os que ainda investimos avaliando os fundamentos das empresas, e conservamos a peregrina esperança de que os preços das ações voltem num patamar mais racional.

Sem pressa. Com paciência. Sabendo que o que hoje para muitos é caótico e decepcionante, para nós é oportunidade. E se nós não aproveitamos a oportunidade, alguém mais com certeza o fará.

Nas vésperas de Natal, muitas coisas podem soar como contos natalinos, cabe unicamente você saber ouvir e acreditar na coisa certa.

Boa Semana, Bons Negócios.
(Nota, não perca: Decisão do COPOM nesta quarta-feira. Cara ou Coroa?).
(Fonte: Relatório Davos: Global Risk 2008).


segunda-feira, dezembro 01, 2008

América Latina Logística (ALL) ###

Declaração de Bernardo Hees, Diretor Presidente da ALL. (Fonte: Relatório 3T08.)

... Em um dos cenários de mercado mais difíceis já enfrentados em um terceiro trimestre, temos o prazer de anunciar um crescimento consolidado de 10,2% de receita, de 13,2% de EBITDAR, de 17,6% de EBITDA e um aumento de lucro líquido da ordem de 24,0%.

As exportações agrícolas nos portos onde operamos caíram 33% no trimestre, comparada ao mesmo período de 2007, refletindo a decisão dos produtores e das traders em manter a produção estocada a espera de uma melhora nos preços das commodities e na taxa de câmbio.

Nossa participação de mercado nos portos passou de 50% no 3T07 para 71% no 3T08...

Como a capacidade de armazenagem deverá estar livre para receber a nova safra no início de 2009, o volume não transportado no 3T08 deve ser exportado até o final do ano, indicando um 4T08 mais forte que o habitual.

Nos 9M08, aumentamos nosso volume em 8,9%, receita
em 17,3%, EBITDAR em 18,6%, EBITDA em 25,6% e, o lucro líquido, excluindo os itens não recorrentes, em 103%.

Mantemos nosso guidance de crescimento de volume entre 12% e 14% para 2008, uma vez que as perspectivas apontam para forte transferência das exportações do 3T08 para o 4T08.

Adicionalmente, com mais de R$2,5 bilhões em caixa e sem necessidade de acessar o mercado de crédito nos próximos dois anos, acreditamos estar numa posição segura para sustentar os investimentos necessários para suportar nosso crescimento e para aproveitar as oportunidades potenciais no mercado tanto em cenários positivos como negativos.

Em preparação para 2009, já adquirimos 50 locomotivas e os primeiros 600 vagões dos contratos com nossos clientes. Diante do aumento da incerteza com a crise, reduzimos nosso guidance de CAPEX para R$600 milhões, crescimento de volume entre 10%-12% e um crescimento marginal de yield para 2009, de forma a preservar ainda mais nosso caixa e forçar ganhos de produtividade, mantendo assim, nossa forte confiança nos fundamentos positivos da ALL... .

Como o negocio da ALL é o transporte de mercadorias, commodities e materia prima. Independetemente do valor que estes produtos tenham no mercado, ALL ganha ou perde na equação de tranportar os produtos no menor custo possivel até seu destino e obter lucro nesta operação.

Se pensarmos em num possível cenario recessivo em 2009 (no mundo e, no Brasil), cabe a pergunta: até que ponto este cenário poderá afetar o volume transportado pela ALL?

(Tonelada Quilometro Util: TKU, fonte site de all)

A safra estimada para este ano é de 144,3 mihões de toneladas, versus 133,1 milhões de toneladas (de 2007). Já para o ano de 2009 o IBGE estima uma diminuição da safra na ordem de 3,3%. (ver nota).

ALL iniciou alguns anos atras uma estratégia de diversificação nos produtos transportados pela sua malha ferroviária e frota de caminhões, basicamente visando diversificar a dependencia que naquel momento tinha no transporte de commodities agrícolas.

Hoje a composição da receita de ALL é:


Ainda não consigo avaliar se, alem da crise de crédito, deveria ser levado em consideração a ultima catastrofe climatica na região de Santa Catarina. Ou até ponderar possiveis novos eventos deste tipo na região sul do Brasil (principal produtora de graõs).

Contudo, e apesar de riscos latentes. ALL tem demonstrado possuir a capacidade de crescer além do crescimento do PIB do Brasil.

O crédito em algum momento será restaurado, a crise em algum momento ira passar.

... Continuo achando muito interessante investir nesta empresa.
E consequentemente estarei aumentando seu peso na Plantação.

Boa Semana, Bons Negócios.


domingo, novembro 23, 2008

Buscando um Porto Seguro.


“Pedro Álvares Cabral, achou seu Porto Seguro lá pelos anos de 1500, e deu inicio à colonização e a historia do Brasil...”

E se Dom Cabral tivesse avaliado na época, que o Porto Seguro não era tão seguro assim e, conseqüentemente, ordenasse continuar navegando?

Como Investidores muitos procuram um porto seguro, ainda mais nesta época em que o mar esta muito agitado. Um investimento pelo qual se obtenha um retorno satisfatório em troca de um risco mínimo ou inexistente.

Sabemos que não existe investimento sem risco, e que não necessariamente o retorno esta associado ao risco do ativo.

Confiscos da poupança, calote de títulos públicos, apartamentos que nunca terminaram de serem construídos ou que devem ser vendidos a preços menores que os pretendidos, bancos que fecham suas portas, ações que despencam, empresas que quebram, Moedas que afundam, Ouro que reluz de tempos em tempos, aposentadorias que se evaporam...

A historia esta repleta de exemplos de investimentos sem risco (ou de risco controlado) que engolirão o dinheiro do investidor.
Alguém sabe dizer quem pagou a conta dos POPs, aqui no Brasil (POP: investimento em renda variável com proteção, limita o ganho e limita a perda)? Por que os bancos não estão divulgando com insistência esse tipo de investimento tão vantajoso para o investidor nas circunstâncias atuais?

Particularmente acho importante ter investimentos com diferentes tipos de risco. Mas, cada investidor deve encontrar qual é seu nível adequado de diversificação, baseado: não em quanto dinheiro quer obter de retorno, mas sim em quanto dinheiro esta disposto há perder. Qual é sua real tolerância ao risco? Isto porque sempre erramos em algum momento, e será nesse momento que as perdas vão aparecer!

O mundo continua atordoado pela desconfiança global. Com o passar do tempo (dias, semanas, meses) uma idéia que hoje parece absurdamente suicida irá ganhando força, uma vez que certo nível básico de certeza seja alcançado aqueles que entesouraram durante este tempo ativos seguros (ex: Dólar, Ouro, Títulos do tesouro Americano) decidiram voltar ao mercado e pagaram seu preço por isto.


A idéia que estou tentando transmitir aqui é que não adianta comprar um seguro após ter batido seu carro. O preço que você deverá pagar nessa transação inviabiliza o negócio.

Lembrando, alias, que esses ativos hoje pagam retornos praticamente nulos, que não asseguram sua deterioração em relação ao poder de compras e, terminarão ao longo do tempo apagando o fruto de seu trabalho.

O dilema, claro, não é pequeno. Minha intenção não é dar uma resposta certa nesta postagem, mesmo porque eu não a tenho. Pretendo sim, fazer você refletir.

Guardada as devidas proporções, com Dom Cabral, suas escolhas e decisões irão afetar seu próprio porvir financeiro. Você colhera os frutos que você plantou hoje, no futuro.

Boa Semana, Bons Negócios.

terça-feira, novembro 18, 2008

Intervalo.

(Tenho decidido operar no longo prazo, talvez fique o dia todo com as ações).

Nesta semana, estou num pequeno intervalo. Por esta razão, caro leitor/a (e Investidor/a), não efetuei a clássica atualização Dominical do blog.

De todas formas, deixo aqui registrado mais uma aumento na quantidade de ações de Ideiasnet realizado na semana anterior. Com compras de
IDNT3 a R$2,41.
Este aumento esta na linha da estratégia de aumento de posições durante esta fase de crise. O número de ações atingiu a meta que tinha estabelecido no inicio, sendo assim, as compras serão focalizadas agora em ALL.

Ontem Ideiasnet publicou o resultado do
3T08, divulgando uma Receita Líquida de R$ 231,4 milhões e EBITDA de R$ 7,4 Milhões no 3T08. Com tudo, registrou um resultado liquido negativo de R$1,2 milhões. (ver documento com a divulgação dos resultados aqui).

Boa Semana, Bons Negócios.



domingo, novembro 09, 2008

A Recessão, segundo o FMI.

Sou sempre muito cético com qualquer tipo de relatório que faça previsões sobre o futuro da economia ou do mercado financeiro, embora leia todos os que aparecem na minha frente.
Se previsões fossem certeiras, ninguém teria sido pego nesta crise profunda... Claro, sempre existe alguém que sai ileso, mas você terá que concordar comigo que não são aqueles que fizeram as previsões nem aqueles (como nós) que a leram.


(Gráfico interativo, fonte: imf.org dataMapper).

Esclarecido este ponto, o Fundo Monetário Internacional (imf.org), disponibilizou seu relatório anual de perspectivas econômicas em uma tentativa válida de resgatar sua controvertida reputação e sua função na economia mundial.

O relatório de 321 páginas (download completo aqui), explica em detalhes as perspectivas econômicas traçadas pela equipe do FMI para cada um dos países contemplados no documento.

Inicialmente fica claro que, para o FMI, esta é a maior e mais perigosa crise financeira desde a Grande Depressão de 1930. Teremos uma desaceleração do PIB, em 2008, nas economias desenvolvidas (linha vermelha do gráfico), nas economias emergentes e em desenvolvimento (linha azul), e uma modesta recuperação do PIB durante 2009.


Para o caso especifico do Brasil a previsão é de 5,23% de crescimento para 2008, 3,5% para 2009. Embora esteja prevista uma desaceleração, por enquanto, ninguém esta prevendo uma recessão no Brasil.




Levando em consideração que quase 40% das empresas que cotizam na Bovespa tem suas receitas vinculadas às commodities e matérias primas, cujos preços tem sofrido de fortes oscilações (como se corrobora no gráfico de lado), não podemos deixar escapar que seu impacto no índice Bovespa, e na economia em geral, continuará ser percebido ainda por um tempo.

Segundo o relatório, em 2009 a recuperação econômica devera acontecer da seguinte forma:
  • Os preços dos produtos básicos deverão estabilizar-se, a baixa do petróleo deverá impulsionar seu consumo nos países importadores deste produto.
  • Espera-se que o setor mobiliário nos Estados Unidos chegue finalmente ao fundo no próximo ano. O que deveria ajudar a limitar as conseqüências financeiras do setor hipotecário, e seguidamente reativar a disponibilidade de crédito na economia.
  • Não obstante, as economias emergentes ainda sofreram com seu próprio dinamismo, esta resistência poderia ser quebrada com o crescimento da produtividade e a melhoria nos quadros políticos. Evidentemente, quanto mais longa e dura seja a crise financeira, é mais provável que sejamos mais afetados.
A semana que passou foi marcada por fatos históricos, bem como remarcou Alberto Tamer em sua coluna dominical: “... O mundo já não é mais o mesmo de dois meses atrás”.
Que Barack Obama tenha vencido as eleições Americanas inundou de otimismo (ao menos momentâneo) não só aos próprios Americanos, mas também ao mundo todo. Sabe-se que este fato não resolvera os problemas instantaneamente, mas pode vir ha dar crédito (em tempo) para que novas medidas sejam discutidas e executadas.

Tivemos também a reunião do G-20, e esta claro que a perda de espaço no poder mundial devido ao recuo Americano esta sendo disputada pelo grupo que representa 90% do PIB mundial, 80% do Comercio e 2/3 da População. (Nota: o restante 20% do comercio pertence aos Estados Unidos!). Particularmente, penso que um mundo ainda mais globalizado, democrático e com maior participação, deverá trazer mais benefícios para todos...

A plantação tem sofrido nestes últimos meses de forma persistente, escrever isto não me deixa nada feliz, mas devemos afrontar os fatos e continuar atentos às oportunidades. Passei a publicar também a disponibilidade de dinheiro em caixa para novas aquisições.

Mas como Warren Buffett escreveu no seu famoso artigo “The Superinvestors of Graham-and-Doddsville” (1984), quando explicava o que significa comprar com a famosa Margem de Segurança:

“... Se posso comprar uma nota de U$1 por 40 centavos, algo maravilhoso esta acontecendo comigo.”

Boa Semana, Bons Negócios.

(Fontes: Relatório WEO do FMI; site do G-20; Secutity Analysis sixth Edition, ver também: The The Superinvestors of Graham-and-Doddsville.)


domingo, novembro 02, 2008

De W. Buffett para Lula.

A noticia da queda de 0,3% do PIB Americano abre as portas para que a tão temida recessão seja tecnicamente confirmada. (Lembrando que para que um país esteja tecnicamente em recessão são necessários dos trimestres consecutivos de queda no PIB).

Para conseguir avaliar o impacto da queda do PIB Americano e da crise mundial na economia Brasileira, deveremos ficar de olho nos seguintes indicadores econômicos: Balança Comercial, Venda
s no Varejo, Inflação, Produção Industrial, Taxa de Cambio, Taxa de Juros, Índice de Inadimplência, Mercado de Trabalho. Além de indicadores como a Taxa de Investimento (em % do PIB)...

Não há dúvidas que o impacto na Bovespa assume (por parte dos investidores) que a crise será profunda e duradoura. Isto deixou uma longa e extensa lista de oportunidades, com o preço das ações das empresas em valores bastante deprimidos. Claro, o fato de hoje estarem deprimidos não significa que amanha não estarão mais.


O quadro abaixo exemplifica como o valor de mercado das empresas da Plantação está em sua maioria desfasados dos ativos que a empresa possui. Algo que há muito tempo não acontecia. A última vez que tivemos um cenário similar foi em 1998 com a crise da desvalorização do Real (Setembro 98).

Sendo radical, em muitos casos seria muito lucrativo comprar a empresa pelo seu valor de mercado e vender depois todos seus ativos. Não é estranho?

Como já falei, continuo acreditando fortemente que esta é: Época de Compras.

Terça-feira teremos eleições nos Estados Unidos, com grandes chances de que vença Barack Obama. (Esta semana as atenções estarão focadas aqui).

Resulta interessante apreciar como o o Presidente Lula segue (ou tenta seguir) os conselhos de W. Buffett. (será que existiu troca de emails?)
Quando Lula anunciou nesta semana que o Governo Brasileiro poderia adquirir ações de bancos em dificuldades (sem esclarecer quais bancos são esses?), no mínimo ele estava seguindo o ultradifundido conselho de Buffett, de Comprar quando Todos Vendem, e Vender quando Todos Compram.
A autorização (através de MP) para que o BB e a Caixa comprem bancos é uma estratégia, por parte do Governo, que visa mais espantar temores que obter ganhos.

Não seria também muito bem recebido pelo mercado e pelo resto dos Brasileiros a possibilidade de aumentar investimentos em Educação e Saúde? Isso sim é investimento de longo prazo!

Boa Semana, Bons Negócios.



domingo, outubro 26, 2008

Talvez, uma terapia de grupo resolva...

Provavelmente você este procurando saber qual é a melhor coisa que pode ser feita nestes momentos. A boa noticia é que você não esta só nessa busca, Governos estão procurando, Empresas estão procurando, Investidores estão procurando...
A única certeza que temos é que tudo parece muito incerto no curto e médio prazo.

De forma constante os governos das principais economias do mundo tem tentado apaziguar e reconquistar a confiança de nosso amigo “Mercado”. Que por enquanto esta mais desconfiando que nunca.

O Dr. Paulo Sternick é psicanalista (formado pela UFRJ em 1975) radicado no Rio de Janeiro. Ele estuda o campo da Neuroeconomia (ciência que estuda a economia e o comportamento dos mercados através do comportamento humano). Escreve artigos em vários jornais, entre eles o jornal Valor. E foi neste último que ele escreveu o artigo “Tão volátil quanto o mercado é a lucidez humana”, que motivou esta entrevista.
Desde já, agradeço muito a colaboração do Dr. Sternick com o blog de Stock Buster.

1) O campo da neuroeconomia é relativamente novo e não são muitos os investidores que levam seus estúdios em consideração no momento de tomar suas decisões de investimentos. Você acredita que veremos uma mudança nos próximos anos e um avanço desta ciência no Brasil?

Na verdade, o significante “neuroeconomia” remete a uma campo de estudo em que o humano é reduzido a dimensões mais simples de impulso e resposta, ou, pelo menos, a uma simplificação comportamental, caso a referência ou comparação de abordagem seja, por exemplo, questões mais complexas como a subjetividade humana tal como pensada pela psicanálise. A minha praia é a psicanálise, não a neurociência. Enquanto psicanalista, presumo que eu tenha uma posição privilegiada para pensar o econômico e o mercado, nomeadamente o sujeito que opera nele, e a massa que ele vai constituir com uma infinidade de players. Esta massa –ou grupo – também tem um interesse particular para a psicanálise: Freud a estudou profundamente, e W.R. Bion trouxe revelações extremamente interessantes: ambos fizeram contribuições fundamentais para a compreensão da psicologia do mercado, sem saber no seu tempo que faziam isto.

2) No seu artigo publicado no jornal Valor, "Tão volátil quanto o mercado é a lucidez humana", você menciona que "a tal massa chamada de "mercado" pode descer na escala evolutiva do pensamento quando parece dotada de matriz peculiar, capturando dados e índices diariamente da economia mundial e reordenando-os a partir de mitos, temores, desejos ou preconceitos". Como o mercado, composto de seres humanos, pode em algum momento tomar consciência de que muitas vezes esta sendo levado pelo famoso efeito manada (completamente irracional e totalmente emocional)?

Quem toma consciência é o indivíduo. O mercado não tem consciência, no sentido que damos à razão e à lucidez. Funciona como se tivesse uma mentalidade grupal primitiva que reúne o somatório das crenças, angustias, expectativas, receios, medos, esperanças e reações humanas diante de índices e acontecimentos. Não raro age como uma criança diante do escuro, de um estranho ou de um estrondo: sai correndo desesperado. Mais adiante pode vir a compreender que não é assim tão assustador. Outras vezes sintetiza o equilíbrio dos cálculos e previsões bem feitas. Ainda em outras ocasiões festeja ao som da euforia. O mercado é um mar sujeito à calmaria e bom senso tanto quanto ao vento da loucura, quando invade cidades e arrasa patrimônios. Você nunca deve brincar com o mercado: deve teme-lo e respeita-lo. Jamais brigar contra ele, mesmo que você possa ter toda a razão do mundo, e ele estar completamente errado. Charles MacKay, um poeta, jornalista (foi do The Times) e escritor inglês, se não me engano quem primeiro escreveu sobre as bolhas econômicas em seu livro “Extraordinary Popular Delusions and the Madness of Crowds”, disse uma frase memorável: “Os homens enlouquecem em massa, mas recuperam os sentidos aos poucos, um a um”.

3) Por que, na sua opinião, as pessoas têm uma forte tendência a desestimar ou até ignorar as emoções nos momentos de tomada de decisão?

Isto vem da tradição do pensamento ocidental, desde Platão, Aristóteles, culminando em Descartes, até chegar aos impagáveis economistas do século XX, que, munidos de modelos econométricos, se iludiram de que sua ciência era cientificamente exata e que os mercados eram eficientes, subtraindo o humano e os sentimentos das decisões econômicas. Tanto quanto a psicologia havia recalcado a idéia do inconsciente, até o advento da psicanálise freudiana. Então, isto faz parte da nossa constituição psíquica, pelo menos no Ocidente, a de enterrar o que é torto, gauche – tudo que não é controlado pela racionalidade superficial. Só que esta racionalidade é estreita demais para abarcar o amplo espectro de nossa subjetividade, do desejo humani infinito, a onipotência arrogante. Você viu no que deu?

4) A atual retração (crash) do mercado se deve em grande parte ao problema dos créditos de segunda linha do mercado americano (Subprime) que gerou uma retração forte na disponibilidade de crédito. Embora seja perceptível que o impacto na economia real esta acontecendo, ainda é incerto como esta crise irá impactar no lucro das empresas (Quando? Quanto?). Sabemos que o efeito de vendas massivas não é a primeira vez que acontece na historia... Porque não conseguimos evoluir deste estágio emocional?

Alan Greenspan disse que isto vai se repetir de geração em geração, sem que haja aprendizado, os ciclos de pânico e euforia. Com a velocidade dos acontecimentos da atualidade, nem precisamos mais esperar pela sucessão de gerações: há crises em quase todas as décadas. Mesmo assim as pessoas não aprendem, na hora do sufoco, saem correndo; na hora da euforia, compram vorazmente. Quem ganha são os profissionais, que agem com serenidade e aproveitando as oportunidades. Não viu a frase recente do Warren Buffet, de que quando a massa está voraz, ele fica prudente; quando a massa fica prudente, ele fica voraz? Mas isso não é assim tão mecânico, às vezes você tem que respeitar a massa e ir com ela.

5) Colocando o "mercado" no divã. Se você tivesse que fazer um diagnostico sobre o comportamento dos investidores no mercado Brasileiro, qual seria?


Não, quer dizer, já é complexo demais analisar uma pessoa no divã, imagine o mercado brasileiro...Acho que em relação ao mercado brasileiro quem foi mais insano foi o investidor estrangeiro, aliás, escrevi isto num artigo também para o “Valor”, intitulado “Investidor estrangeiro é um risco para o pregão”. Ali eu mostrei que eles sabem tanto de nossas empresas quanto dançar samba. Saíram vendendo em massa, sem saber se as empresas iriam ser realmente afetadas pela crise, se eram exportadoras, e eu não acredito nessa lorota de que precisavam fazer caixa. Não era só isso não: saíram em pânico, porque pensaram que podíamos quebrar, enquanto quem estava quebrando eram eles. E queriam vender com lucro e voltar quando o mercado se acalmar e tiver com preços deteriorados. Você verá em breve. Que eles por enquanto fiquem aplicando a 1,5% ao ano nos títulos do Tesouro americano: daqui a pouco tempo vão ficar com aquela expressão de otários e voltarão a olhar para algumas de nossas empresas, que, só de dividend-yeld, podem dar até 13% (como é caso de certas elétricas ou telefônicas). Não tem risco-Brasil? Sabe, acho que temos que criar um risco-Tio Sam. Veja o caso da Usiminas, que mal exporta seu aço, e está com sua produção toda vendida para este ano no mercado interno: o preço da ação despencou de mais de 90 para menos de 30! Claro que com ajuda dos que alugaram suas ações promovendo um ataque especulativo.
E a Petrobrás, que não guarda correlação estreita com o preço internacional do petróleo: parece até que eles operam automatizados no computador, petróleo cai, Petrobrás cai. Uma bobagem. Mas o problema do mercado brasileiro é a sua ainda doença infantil de dependência, tanto do investidor estrangeiro quanto das empresas de commodities. E o mais engraçado é que quando a Bolsa cai movida por esses dois fatores, todas as empresas, mesmo as que não têm nada a ver com o pato, caem juntas e na mesma proporção. Parece até aqueles pássaros que voam juntos.

6) Se você tivesse que dar 3 conselhos aos investidores, de forma de ajuda-os a avaliar suas emoções antes de tomar uma decisão, quais seriam?

Não agir por impulso, pensando nas conseqüências de suas decisões e avaliando todas as probabilidades, inclusive as mais impensáveis (como as que aconteceram recentemente). Não transformar seus investimentos em tortura emocional, colocando apenas uma parte liquida de que não precisará usar no curto prazo, prevendo que possa se desvalorizar por um tempo e mantendo a capacidade de comprar ações caso elas fiquem com preço bastante atraente. E jamais ceder ao destemor e à arrogância de operar alavancado, fazendo operações a termo ou vendas a descoberto – exceto se for profissional ou se quiser separar dinheiro para apostar prevendo que possa perder. Nunca esquecer que o maior risco somos nós mesmos, e que impulsos autodestrutivos podem operar sem que tenhamos chance de percebe-los a tempo. Além do mais, cuidado: Bolsa vicia!

7) De forma geral, podemos conhecer como o Dr. aloca seus investimentos. Quanto porcento em Renda Fixa, quanto em Ações ou Fundos?

Não abro mão de alocar parte substancial em imóveis – um hedge que não se mexe, apesar das tentações... Gosto de operar minhas próprias ações, seja a longo prazo, daytrade ou swing, e venda coberta de opções. Mantenho uma parte razoável em renda fixa, porém, isto varia de acordo com o momento. Atualmente, os preços das ações ficaram convidativos, e a porcentagem em Bolsa aumentou. Quanto menor está o índice Bovespa, menores são as chances de perda. Porém, há uma lição básica que não se deve esquecer: o fundo sempre pode ficar cada vez mais baixo...

Obrigado Dr. Sternick!

Boa Semana, Bons Negócios.
(Nota: Nesta semana teremos decisão "psicológica" do COPOM.)


domingo, outubro 19, 2008

Circuit Breaker.

(Vendi antes da euforia; Comprei antes do Crash)

Seção Bvp/36.399, anexo de advertências do Guia de Autodefesa do Investidor das Galáxias: Cuidado, o Circuit Breaker é altamente viciante. Em caso de persistirem os sintomas o medico deverá ser consultado.

Na Bovespa o cirquit breaker é um mecanismo de controle de oscilação que interrompe os negócios no pregão. Primeiramente é acionado quando o índice Bovespa atinge uma queda superior ao 10%, neste caso os negócios são suspensos e só retornam depois de 30 minutos. Se o mercado continua em queda e atinge um valor 15% inferior ao fechamento do índice do dia anterior, os negócios serão suspensos por mais 1 hora.

O mecanismo foi implementado em 2003 para dar tempo às ordens de compra/venda automáticas disparadas pelos computadores. Desta forma, os investidores que utilizam este sistema teriam tempo de rever suas decisões e alterar as ordens.

Não seria interessante estabelecer algum outro tipo de circuit breaker diretamente no cérebro de alguns investidores? (quem sabe no futuro).

Tivemos mais uma semana de grandes oscilações e alguns circuit breaker...
E a estratégia da Plantação?

Como já venho dizendo, há algumas postagens, é tempo de compras e não de lamentações. (Compras que devem ser efetuadas com extrema prudência).

Na mira da Plantação tenho previsto mais incrementos em ações de Ideiasnet e ALL.
Ideiasnet, em valores absurdamente baixos, ainda mais baixos dos que comprei há duas semanas (18/9: R$3,60 e 7/10: R$2,44). Teria gostado adquirir ações a R$1,50, mas não tinha dinheiro em caixa naquele momento. Paciência.

ALL, é um trem novamente em aceleração... Vem apresentando excelentes resultados, e isto finalmente tem voltado a refletir na cotação. (A empresa declarou que não possui exposição cambial de contratos de derivativos que comprometam seus lucros). (Ver ALLL11)

É importante que você decida ir às compras porque avaliou que o momento é o indicado, e não porque têm outros que vão às compras, ou porque alguém diz para você ir às compras.

Sou um grande admirador de Warren Buffett, que recentemente declarou estar comprando ações (que é claro uma excelente noticia). Mas se o próprio Warren não segue ninguém, porque nos deveríamos?

Para que fique mais claro: Não só sou um grande admirador do mestre Buffett (quem me ensinou o pensamento e a estratégia de longo prazo), mas também admiro muito ao Peter Lynch (quem me ensinou o trabalho de escolher empresas que não necessariamente são as maiores), e do mentor de ambos: Benjamin Graham (quem me ensinou a avaliar os fundamentos de uma empresa e a ter uma estratégia para o portfolio). Se você me perguntar, sigo uma mistura que particularmente criei deles.

Ser investidor é primeiramente ser um mesmo, não ser uma imitação ou copia. Seja você mesmo!


Boa Semana, Bons Negócios!

(Fontes: Manual de Procedimentos Operacionais da Bolsa de Valores de São Paulo; cap xviii ).


domingo, outubro 12, 2008

Black Monday, Black Tuesday, Black Wednesdays, Black Thursday, Black Friday... Crash 2008.


Dinheiro pode comprar muitas coisas, menos confiança.
... Prova disto são os pacotes trilionarios disponibilizados nas últimas semanas pelos governos do G7... (U$700 bilhões os Estados Unidos; U$437 os Britânicos).

Alguém já entendeu o porque do castigo ao Lehman Brothers?
Paulson deixou quebrar este banco no mês de Setembro. Fato, que tem grande consenso, foi o inicio da grande onda de vendas e desconfiança generalizada que colocou todo mundo na atual situação caótica.
Quando Paulson (Ministro de Economia Americano) deixou ir à falência ao Lehman muitos jornais o criticaram e publicaram que ele estava jogando roleta-russa.
Agora fica evidente o resultado da brincadeira, com o registro de mais um Crash na historia dos mercados mundiais.

Resta agora aguardar na próxima semana que a ação conjunta, anunciada neste final de semana pelo Governo Americano e os Governos da Europa, consiga restabelecer a ordem. Embora a sensação continue sendo de falta de comando e grande desconfiança.

A má noticia, se é que ainda resta alguma, é que as coisas podem ficar piores.
Guarde estes números em algum lugar: Depois da crise de Outubro 1929 o PIB Americano caiu 50% e o Índice de Desemprego pulou para um valor superior aos 20%. Essa foi a época da Grande Depressão e durou 13 anos (1929-1942).
Não teve ação coordenada dos BC’s do mundo. Alias, o FED daquela época aumentou a taxa de juros e produz uma contração ainda mais violenta do crédito. Enfim, essa é outra historia.

Atualmente assistimos à tentativa dos BC’s do mundo de querer evitar um processo similar ao de 1929. Torço para que eles consigam...

Estamos numa fase na qual o investidor desconfia das empresas que cotizam na bolsa, bancos desconfiam de bancos, empresas desconfiam de bancos e de empresas, pessoas desconfiam de bancos e bancos desconfiam de pessoas...
Todos tentam proteger o dinheiro que restou.

Que estou fazendo na Plantação?
É difícil delinear um plano de ação baseado nos atuais fundamentos, porque os atuais fundamentos são irracionais.
Investir durante este período é algo que parece tão irracional quanto as quedas das últimas semanas.

Investir forte pode ser suicida?
Minha opinião é a seguinte:
  • Primeiro, acredito que o mercado vai se recuperar, obviamente isto irá acontecer num horizonte aproximado de 12 meses.
  • Segundo, dependendo do tamanho dos investimentos efetuados durante esta fase “delicada”, na medida que o mercado volte a seus valores pré-crash a Plantação pode-se tornar mais forte.
  • Terceiro, tinha colocado metas em quantidade de ações para as empresas do portfólio. Evidentemente estou revisando estas metas. (Por exemplo, se tinha pensado colocar na Plantação um máximo de 100 ações de Ideiasnet quando sua cotação estava na faixa de R$6-R$9. Hoje que esta cotando R$2, porque não posso pensar em reavaliar esta meta a elevando para um máximo de 400 ações? isto significa "ficar mais forte").
  • Quarto, empresas como ALL e Perdigão devem beneficiar-se neste novo cenário de Real desvalorizado.
  • Quinto, ComGas tem resistido muito bem nesta crise.
Para medir o pulso da crise nos próximos meses, será importante acompanhar de perto os indicadores da economia real. Nível de Consumo, Inflação, Taxa de Juros, Balança Comercial do Governo, Desemprego, Nível de Inadimplência, e os resultados dos próximos balanços das empresas.

Sugiro que você seja muito prudente durante esta fase. Imagino que você pode estar preocupado com as recentes quedas, eu também estou (todo mundo esta).
Só você sabe quanto precisou trabalhar para guardar o dinheiro que você tem investido. Desta forma, pense bem e conte até 50 antes de fazer qualquer coisa.

... O que os jornais não disseram (ainda) é que Paulson quebrou as regras do diabólico e fatídico jogo. Quando todos acreditaram que ele estava puxando o gatilho apontado a arma para ele, descobrimos que ele estava apontando a arma para nós.

Boa Semana, Bons Negócios.

sexta-feira, outubro 10, 2008

Comentário de Rodin Spielmann, Diretor de R.I de Ideiasnet.

(Rápida entrevista por email com Rodin Spielmann, em exclusivo para Stock Buster).

Stock Buster: ...Não consigo desenhar para o futuro (2009)... um cenário tão ruim e pessimista de forma que o valor atual de Ideiasnet seja o de Outubro de 2005, quando IDNT não tinha aumentado sua participação em empresas como Officer e PadTec.... E seu faturamento não chegava perto do nível atual.
Ideiasnet tem contratos de Hedge de cambio? Algum investidor de peso vendeu sua posição na empresa nas últimas semanas?


Rodin Spielmann:
Como vocês, estamos sendo bombardeados com manchetes de aperto nos mercados de crédito, instituições financeiras e um enfraquecimento da economia global. Todas estas questões são motivo de preocupações, não só sobre a economia, mas como ela irá afetar a Ideiasnet e nossas empresas investidas.

As incertezas nos mercados de capital teve repercussões na economia em geral e, entre outras coisas, gerou retração do crédito. Ninguém sabe ainda tudo das repercussões. O que sabemos é que a Ideiasnet se encontra no melhor momento da sua história, com posição forte de caixa (perto de R$ 70 milhões) e um portfólio de empresas bem diversificado, muito bem posicionado, e em forte expansão. Além do dinheiro em caixa, temos um bom relacionamento bancário para apoiar o crescimento e, principalmente, os melhores gestores, funcionários e colaboradores na Ideiasnet e nas empresas investidas.

Olhando para o futuro a nossa estratégia é clara: expansão das companhias, ganhar fatia de mercado, tomando como base o que podemos controlar, o nosso desempenho. Inovação, execução e relacionamento ainda são fundamentais para proporcionar aos atuais e futuros clientes o valor que eles precisam, esperam e merecem do nosso grupo.

Mesmo neste cenário desafiador da crise instalada temos acelerado, apoiado e apostado no crescimento e desempenhando dos nossos negócios. Podemos citar alguns exemplos realizados neste período desde Março deste ano:

  1. Padtec - comprou uma empresa Israelense – a Civcom e recentemente entrou na Shortlist da espanhola Telefónica;
  2. Spring Wireless - fizemos um aumento de capital na companhia, juntamente com NEA e Goldman Sachs, que possibilitou a compra da OKTO uma das principais e mais desejadas companhias do setor de mobile do Brasil,;
  3. Bolsa de Mulher - Consolidamos o setor feminino, criando o maior grupo de mídia voltado para mulheres da Internet Brasileira e abrimos o portal em 3 locais da América Latina;
  4. Trinnphone - Compramos a ETML para fortalecer a Trinnphone e torná-la uma operadora de telefonia completa;
  5. iMusica - Expandimos a operação mobile para 14 países da América Latina em parceria com a América Móvil;
  6. Virtus - lançamos a pedra fundamental da fusão de 8 empresas no setor de software e serviços, formando uma das 3 maiores empresas deste setor;
  7. BrANDS - lançamos a BrANDS, a primeira holding de comunicação 100% digital do Brasil, reunindo a Hands, AddComm, MediaFactory e TV ao Vivo;
  8. NetMovies - colocamos no ar a campanha publicitária da empresa,;
  9. Zura! - fechamos negócio do Zura! com o Yahoo!, desbancando do portal nosso principal concorrente e líder estabelecido do segmento, o Buscapé;
  10. TecTotal - lançamento da empresa em sociedade com a Telefónica para suporte residencial;
  11. Officer - como possui uma fluxo de caixa neutro e uma ótima situação de capital de giro, pode suportar a pressão neste momento de crise o qual acreditamos será o grande responsável por mais uma consolidação "orgânica" do mercado.
Além de tudo isso, é importante ressaltar especificamente o item (2) o qual demonstra que a Ideiasnet (neste caso, através da Spring) pode se tornar parceiro de eventuais investidores estrangeiros dedicados ao setor TMT, como o NEA.


domingo, outubro 05, 2008

Quatro Meses Depois...


Como questão de fato (diz
Jason Zweig), conforme olhamos para as diferentes variáveis econômicas, como por exemplo: juros, inflação, crescimento econômico, preço do petróleo e commodities, desemprego, déficit/superávit das contas do governo, dólar e outras moedas; podemos ter certeza de três coisas:
Primeiro, alguém sempre paga um caminhão de dinheiro para fazer algum tipo de predição sobre estas variáveis.
Segundo, ele não vai contar para nos, e não podemos sequer saber qual é a precisão de suas previsões ao longo do tempo.
Terceiro, se vamos investir com base em previsões desse tipo, susceptíveis de erro, seria algo similar a pagar um trocado para uma cigana, ou análogo, e seguir suas orientações como guia.

A grande frustração com as previsões econômicas é que parece bem claro que a analise deveria funcionar. Concorda?
Normalmente entendemos que quanto mais pratiquemos tênis, futebol ou esporte que você quiser, melhor deveríamos jogar. Porque deveria ser diferente com os investimentos?

É neste ponto e, no atual contexto do cenário econômico mundial, que resulta interessante nos projetar quatro meses para frente (5 de Fevereiro de 2009).

Nessa data podemos dizer com algum grau de certeza, que:
  1. O novo Presidente dos Estados Unidos (seja Barack Obama ou John MaCain) já terá assumido seu mandato de quatro anos. Vai assumir num momento crucial. Por um lado, terá que afrontar a maior crise financeira e econômica das ultimas décadas. Por outro, contará com o maior pacote de ajuda financeira já aprovado pelo Congresso Americano.
  2. Como o pacote foi aprovado nesta semana (3/10/08), terão transcorrido quatro meses nos quais as medidas propostas por Paulson-Bernanke serão testadas e aprimoradas.
  3. O COPOM terá realizado mais 3 reuniões. Qual será o nível da taxa SELIC? 14,25%? 14,75? 15,25? 13,75%?...
  4. Se o BC do Brasil continua aumentando os juros, seguramente isto vai refletir no consumo (bens de consumo), e na industria da construção. Por outro lado, o fato de que o crédito internacional para as empresas seja escasso vai inferir ainda mais na indisponibilidade de crédito para as pesoas físicas.
  5. É possível que a Bovespa não esteja mais no atual nível de 45.000 pontos? Se o plano de Paulson-Bernanke estiver dando certo, teremos uma melhora no valor do índice. Qual?
  6. O PIB Americano relacionado ao último trimestre de 2008 terá sido divulgado (O Brasileiro também). Se for negativo abrira a real possibilidade de que os americanos entrem em recessão. Caso contrario, restará saber qual o grau de desaceleração da economia e, logicamente, seu impacto no resto das economias do planeta. Uma desaceleração forte vai impactar no preço do petróleo e de commodities afetando ao Brasil. A recessão Americana vai impactar ainda mais forte às empresas exportadoras e produtoras de commodities (ex: Vale e Petrobras).
  7. ...De uma coisa podemos ter certeza. Faltarão 19 dias para o Carnaval 2009 (que será 24/2/09).
Penso que é importante, durante esta fase, não perder o foco. Isto é, se seu horizonte de investimentos continua sendo de 5 ou 10 anos, estamos diante de uma excelente oportunidade. Não deveríamos ficar nos lamentando porque não vendemos nossas ações no pico da euforia (erro 1).
Na mesma linha, não podemos nos dar o luxo de nos lamentar no futuro por não ter aproveitado devidamente estes momentos (erro 2).

Se tem empresas que estão anunciando recompra de ações (aproveitando o nível de preços de suas ações) como é o caso de Ideiasnet e ALL, não seria lucrativo trilhar o mesmo caminho?

“O Guia de Autodefesa do Investidor das Galáxias sugere, no caso que uma chuva de meteoritos atingir o mercado de valores o guarda-chuva não será suficiente defesa. Quebre seu porquinho, pegue as moedas e compre os destroços... O mercado sempre ressurge”.

Boa Semana, Bons Negócios.

domingo, setembro 28, 2008

U$700 Bilhões, Não São o Bastante?!

Enquanto escrevo esta postagem os legisladores do Congresso Americano anunciam que este tudo certo o acordo para aprovar o multibilionário e histórico pacote de Paulson-Bernanke. Na segunda-feira vota o Congresso e na quarta-feira vota o Senado.
Assim, carimbaram o cheque... E pronto.

Pronto?
Mais ou menos... Em realidade existem muitas duvidas ainda, embora exista um consenso sobre a necessidade de criar esse fundo para comprar os títulos podres em poder dos bancos.
A questão central é como gastar esse dinheiro?
O dinheiro estará, em breve, disponível para que o Governo Americano, através de Paulson-Bernanke e suas equipes, iniciem a compra. Mas não esta claro qual deve ser o preço que o governo deve pagar por esses títulos.

Se eles pagam um valor muito baixo (<= 30% do valor original), que garanta um bom retorno para os contribuintes Americanos que no final das contas são quem estão por enquanto pagando o pato, os bancos deveram contabilizar grandes perdas o que não vai ajudar devolver a confiança aos mercados. Em definitiva a crise não será diluída, o dinheiro terá ido embora e o final da historia será uma longa e penosa recessão com viés de débâcle.
Por outro lado, se pagam um valor maior (>= 50% do valor original), vai ajudar aos bancos, mas dificilmente obterá algum retorno para os contribuintes e, pior, como os títulos foram comprados nesse patamar, dificilmente outros fundos (de hedge, etc) se interessem por compra-los. E é interesse de Paulson-Bernanke que os títulos sejam negociados através do mercado no futuro, isto é o Governo pretende vender os títulos para alguém...

Para que fique claro, quando se fala de valor original (ou valor de face), significa que se, por exemplo, um título “podre” foi emitido num valor de U$100 (e este seu valor original ou de face). Comprar o título por 30% do valor original significa pagar U$30 por este titulo “podre”.

Em resumo, mesmo com o dinheiro do fundo aprovado, ainda o mercado irá ficar de olho em como esse dinheiro é aplicado na recompra de títulos “podres”, que hoje cheiram mal (diria que são hediondos), mas no futuro: quem sabe?

No meio do tremor, do olho do furacão, do pânico generalizado, quem dá aula é nosso caro mestre Warren Buffett.

Warren comprou ações preferências do Goldman Sach (NYSE: GS) por um total de U$5 Bilhões. Estas ações pagam dividendos de 10%, e ainda ele possui o direito de adquirir outros U$5 Bilhões em ações durante os próximos 5 anos; o valor de exercício de esta opção é de U$115 por ação. Nada mal para nosso amigo Buffett!

É óbvio e evidente que não podemos investir como W. Buffett. Não em termos de volume. Mas podemos sim, e na minha humilde opinião: devemos, seguir uma estratégia similar.

Tenho absoluta certeza que na lista de ações das empresas que você acompanha existe hoje a possibilidade de adquirir ações com enormes descontos.
Não estou dizendo que as ações vão disparar no próximo mês ou no próximo trimestre. Estou dizendo que se sua estratégia é a de montar sua Plantação com um horizonte de 5 ou 10 anos (como é o meu), sem dúvida alguma estamos no meio de uma grande oportunidade.

Minha última pergunta é: É o bastante para você?


Boa Semana, Bons Negócios.

(Fontes: ft.com; WSJ.com; estadao.com.br; blog de Krugman; The Economist)

domingo, setembro 21, 2008

Fogo de Chão (na Bovespa).

(cartoon: cartoonstock.com)

E chegou o dia de um espetacular crash na bolsa (em câmera lenta), que é como talvez seja referenciado este período no futuro. Porque em teoria isto é o que significa um crash do mercado, uma queda abrupta maior ou igual a 20%.
Desde seu máximo de 73.517 (20/05/2008) a Bovespa deslizou –37,55%. Tem quem compare o estrago com a Grande Depressão de 1929, mas na verdade ainda estamos longe de alcançar seus níveis de intensidade. Só para iniciar a comparação, naquela época o Dow Jones ardeu durante onze meses um total de –87,52%, sem falar que os estragos gerados na economia real demoraram duas décadas para se recuperar (aumento considerável do desemprego, fábricas e industrias fechando por todos os lados, bancos quebrados em cada esquina... etc).

Hiper breve resumo ao limite da bancarrota:
Ajudaram ao Bear Stearns; Ajudaram a Freddie Mac e Fannie Mae. Deixaram quebrar ao Lehman Brother (ainda ninguém entendeu bem porque?). Resgataram ao AIG... quem será o próximo?

Outro grande fator diferencial é que o FED de 1930 não tomou nenhuma ação para tentar diluir ou contra-restar a crise, 80 anos depois a historia esta sendo escrita de forma diferente. Claro, torcemos para que o final também seja diferente. Os amigos de Washington abriram a carteira no salão oval e fizeram uma vaquinha de mil milhões de milhões (u$700 bilhões)... (e ainda gritaram truco!).


... Como efeito imediato: Disparou a euforia.

Você lembra quando abordei os estágios de uma crise financeira na postagem: O Estagio Crítico (23/03/2008)? Se estiver certo, devemos entrar agora num período de quietude (de duração indeterminada).

O que tem acontecido na Bovespa, nos últimos meses, é um processo constante e gigantesco de busca por liquidez que tem forçado os investidores (principalmente estrangeiros) a praticamente “liquidar” seus ativos (ações). No inicio da semana (15/09) o assunto recrudesceu rapidamente, a Bovespa teve uma queda histórica, o Ouro teve uma subida histórica, e o Dolar aumentou 18% forçando o BC a voltar a emprestar títulos nesta moeda para evitar que a desvalorização continuasse.

18/9 Comprei ações de IDNT3 a R$3,60. Como já tinha antecipado por aqui, no meu ponto de vista é momento de aproveitar (prudentemente) os grandes descontos que a crise esta oferecendo.
As compras não pararam por aí. O problema é dispor de caixa para poder fazer estas compras, o time não sempre é o que gostaríamos.

Quero destacar a importância de tirar proveito (o maior possível) dos momentos atuais. Ricos em experiências, atitudes, reflexões, temores, preocupações e ansiedade.

Você tem dinheiro no mercado? Então, meu caro colega, você esta de alguma forma pagando para aprender uma das mais importantes lesões de investidor que é a de conhecer-se assim mesmo. Se for caro ou não depende, mais uma vez, pura e exclusivamente de você.

Lembra daqueles testes, extremamente difundidos, para descobrir qual é seu perfil de investidor? Pois saiba, que não tem melhor teste para conhecer seu perfil que o atual!

É surpreendente como as pessoas podem ser corajosas nesses testes... Mas, diante da cruel realidade se comportam de forma oposta às respostas que deram.

Desta forma, é recomendável que, antes de você tomar suas decisões de investimentos, lembre qual foi na realidade seu comportamento diante de períodos turbulentos como os atuais. Acredito fortemente que esta simples dica vai fazer que você ganhe/poupe seu dinheiro.

Ainda estamos em turbulência... assim seja prudente.
... Não esqueça de desfrutar um bom churrasco com amigos.

“Ter foco no negócio resulta mais lucrativo que ter foco no preço da ação. (W. Buffett)”.


Boa Semana, Bons Negócios.


segunda-feira, setembro 15, 2008

Foi pescar... E os irmãos Lehman decretaram bancarrota.

Esquecida em algum lugar inóspito do Guia de Autodefesa do Investidor das Galáxias acha-se a definição mais elementar, porem certeira, sobre o cérebro humano. Diz assim: Cérebro: Aparato pelo qual nos pensamos que nos pensamos. (Ambrose Bierce).

Dito isto, é importante que pensemos um pouco sobre as coisas que aconteceram e as que possam vir acontecer (ainda)... e não estou falando da seleção Brasileira.

Antes, uma pequena dose de sinceridade:
Na teoria você sabe exatamente quanto risco esta disposto assumir quando decide onde investir seu dinheiro... Na prática, quando o mercado esta subindo você diz que tem alta tolerância ao risco. Mas quando o mercado esta baixando você se torna “rapidamente” intolerante.

Na teoria você tem definido clara e consistentemente suas metas financeiras. Na prática você não tem certeza de quais são estas metas, a ultima vez que você achou que sabia, você decidiu muda-las devido às circunstância.

Na teoria os investidores devem comprar na baixa e vender na alta. Na pratica sabemos que muitos atuam exatamente contrariando esta regra elementar.


Vamos conjeturar um pouco depois de tamanha débâcle:

Tal vez você, como eu, já tenha-se perguntado porque esta crise tão extensa não para de deteriorar os mercados dia trás dias, mês após mês (e esperemos que fique por aí e não falemos de anos).
2008 esta sendo um ano totalmente atípico sem duvidas. Basta olhar o gráfico do índice Bovespa para deduzir que no mesmo ano que a bolsa fez seu máximo histórico de 73.517 pontos, tivemos também uma das quedas mais acentuadas e prolongadas derrubando o mesmo índice para 48.416 pontos. Nada mais e nada menos que –34,14% (durante quase 5 meses consecutivos de queda!).

Em parte, claramente podemos atribuir a crise aos problemas de credito que surgiram nos Estados Unidos, uma outra parte ao forte sobe e baixa dos commodities (especialmente o petróleo) e suas implicações na inflação mundial. Temos também uma certa desaceleração de diversas economias (especialmente na Europa e no Japão). E uma parcela, na minha opinião cada vez maior, de pânico gerado nos investidores que derivou na permanente onda de vendas massivas, com a inevitável conseqüência da derrubada dos preços.

Infelizmente, nada esta fugindo muito do obscuro presságio que os caras de Davos publicaram no seu relatório anual em Janeiro de 2008. (O relatório esta disponível no blog desde o 9/1/08, veja Global Risk 2008).

Não consegui ficar muito tempo sem abrir meu notebook no meio das minhas férias, e agora que as coisas estão terríveis e os preços no chão (e com fogo), não tenho muitas alternativas há não ser sair pescar pela bolsa também.

Nota: Os irmãos Lehman (Lehman Brothers) fundaram seu banco em 1850 nos Estados Unidos. Parece que o FED escolheu este banco para passar o recado ao resto de que não todo mundo será resgatado com o dinheiro dos contribuintes americanos.

Bom, mais uma vez temos pela frente uma excelente oportunidade. Qual sua postura diante esta crise? Depende pura e exclusivamente de você e seu cérebro.

Boa Semana, Bons Negócios.
(não entre em pânico, é prejudicial para seu bolso).

quinta-feira, setembro 04, 2008

Kit galeto, Perdigão

A Perdigão tem crescido consideravelmente nos últimos anos e se transformado em uma das maiores empresas de alimentos de América Latina. Quando a Perdigão ingressou na Plantação em Julho de 2004, gerava vendas por U$1.244 bilhões e possuía ativos por um valor total de U$ 963,3 milhões. Em Dezembro de 2007 a Perdigão gerou vendas por U$3.406,7 bilhões e possui ativos por um total de U$3.676 bilhões.


Sobre as perspectivas de negócio:
A diversificação no portfólio de produtos da Perdigão demonstrou ser uma excelente e acertada estratégia. Hoje Perdigão vende desde pizzas congeladas, margarinas, frios e frango até massas prontas, tortas, vegetais congelados, doce de leite, iogurtes, leites longa vida, manteiga, queijos e carne bovina.

Como estratégia de longo prazo a Perdigão procura:
  • Expandir seus principais negócios de produção e venda de produtos alimentícios de aves, suínos, bovinos, leites, produtos lácteos e alimentos processados por meio de, entre outros, investindo na capacidade de produção adicional para ganhar escala e eficiência.
  • Diversificar sua linha de Produtos, especialmente de Alimentos Processados de Valor Agregado.
  • Expandir a Base de Clientes Nacional e Internacional.
  • Fortalecer a Rede de Distribuição Global.
  • Liderança em Custos Baixos.
Quanto custa Perdigão (Valuation):
Como conseqüência da ultradifundida crise financeira dos últimos tempos e da fuga massiva de investidores da Bolsa, me arriscaria dizer que praticamente todas as empresas da bolsa estão abaixo de seus preços considerados “justos”. Perdigão não foge desta regra.


Considerações:
  • O crescimento médio da industria de alimentos é de 7,48% ao ano.
  • Previsão de uma melhora nas margens da empresa 4,2% para 7% devido à diminuição nos custos e melhoras de produtividade em 2008 e 2009. Com impacto direto no caixa.
  • Aumento do valor do Dólar a partir de 2009 terá impacto na receita da empresa que vende 51% para o mercado externo.
  • Em relação ao fechamento de hoje de R$39,30 temos uma potencial de valorização de 139%.
Riscos:
Como riscos atuais inerentes ao negocio identificamos:
  • Riscos potenciais sanitários (como o aparecimento no Brasil da gripe aviar ou algum outro tipo de doença que afete a produção da Perdigão). (perspectiva baixa).
  • A Real forte esta afetando as exportações da empresa. (perspectiva Média).
  • O preço elevado dos grãos estão aumentando os custos da empresa, diminuindo suas margens. (perspectiva Alto/Media).
  • A integração completa de Eleva. (perspectiva media/baixa).
  • A mudança de Presidente que irá ocorrer em Novembro, embora tenha sido estruturada e anunciada desde o inicio alterações na alta direção sempre traem apreensão. (perspectiva baixa/media).
Enquanto termino de escrever esta postagem adiantada, devido a que estarei durante um breve período de ferias, a Bovespa termina de despencar mais uma vez até o ridículo nível de 51.404 pontos (-3,96%). O dia só não foi mais estressante porque acabou.

Parece algo contraditório fazer um valuation de qualquer empresa em estes dias... Parece mesmo?
Se a atual avaliação que o mercado esta fazendo em relação a Perdigão estiver correta, significa que como premissas devemos considerar um módico crescimento de entre 0% e 5% a partir deste ano (2008) e na perpetuidade
para que o valor de fechamento de hoje faza sentido.

Isto tem sentido?
Bom, tem sentido para o mercado nestes momentos. Se voce acredita que a leitura que esta fazendo o mercado esta errada, então é um excelente momento de avaliar uma compra...

Boa Semana, Bons Negócios.
(seja cauteloso, sempre).