domingo, março 29, 2009

Novo Ordem e Progresso.

Resulta incontestável o fato de que da mesma forma que toda bolha nasce fatidicamente condenada a estourar, toda crise sempre nasce inevitavelmente condenada a acabar, não sem antes detonar todo aquele que estiver perto, e às vezes não tão perto.

Em 1913 o Federal Reserve System (FED: Sistema da Reserva Federal Americana), foi criado. Exatamente no ano da morte de JP Morgan, que casualmente tinha evitado um possível e apocalíptico caos econômico 6 anos antes em 1907. Nesse ano uma forte crise econômica com pânico generalizado quase fecha a Bolsa de Nova York, e Morgan utilizou todo seu poder financeiro e influencia política para coordenar e tirar aos Estados Unidos do sufoco... Isto incluiu um muito (mas muito) obrigado de Roosevelt.

Em 1934, 5 anos depois da maior quebra da historia da bolsa Americana, foi criada a SEC. Com o objetivo de regular o mercado de valores, sua industria, e fazer cumprir as leis federais.

Em 2009, ainda difuso e sem um consenso absoluto, não cabem duvidas de que caminhamos em direção a uma nova ordem econômica, com novos organismos internacionais de regulação, e talvez, quem sabe, uma nova moeda de reserva mundial (será mesmo?).

Como no passado, adicionar transparência e segurança ao sistema econômico não deve ser visto com olhos de coruja.

Se você investe legalmente seu dinheiro, paga seus impostos e taxas correspondentes, obtém seus recursos de seu trabalho lícito, e procura simplesmente se enriquecer ao longo da vida... Aplicando; Então não tem de que se preocupar.
Evidentemente, países que estavam relegados num plano considerado de “emergentes”, brigaram (em todo seu direito) para obter uma porção maior e mais relevante do bolo. Acaso tem algo de errado ou de prejudicial nisso?

Isso sim, como no século passado, não acredito que o consenso seja rapidamente alcançado.


O mercado vem precificando os novos fatos devagar. Ainda esta sentindo os efeitos da débâcle, mas saiu dos 29.400 pontos de Outubro de 2008 e esta posicionado na faixa dos 40.000. Na Plantação continuo com foco nas aquisições. Ficar atento a flutuações negativas é importante para poder ainda aproveitar a ressaca daqueles que vendem desesperadamente preocupados pela forte queda dos preços e pela tênue ou débil recuperação.


Segunda-feira (30/3) temos apresentação dos resultados do 4T08 de Ideiasnet... Resta conferir amanha.

Esperemos que o novo ciclo seja de muito progresso...

Boa Semana, Bons Negócios.
(Fonte: Artigo de Jean Stouse, Estado de São Paulo 29/3/09).

domingo, março 22, 2009

Alocação de Ativos (2).

Ainda estamos a 33.000 pontos de distancia daquele fascinante dia de Maio de 2008, no qual o Índice Bovespa atingiu os 73.000 pontos.
Como escreveu algum poeta, alguma vez em algum lugar que bem não me lembro (deve ser coisa da idade), o tempo é a maior distancia entre duas coisas...

Quando? Quanto?
Duas perguntas que lemos e escutamos com freqüência neste mundo financeiro em relação à Bolsa, o Dólar, Fundos de Renda Fixa... E até do Imposto de Renda.
As respostas, como podem imaginar, são das mais variadas cores e tamises.
Alocar ativos é uma pratica constante que o investidor realiza. Consideremos ativos os recursos em dinheiro, as ações, títulos públicos, debêntures, ou qualquer tipo de bem ou metal que gere algum tipo de renda.

A correta ou incorreta alocação destes ativos, fará com que os objetivos colocados pelo investidor sejam atingidos dentro do período planejado, antes, depois, ou... Nunca.


B. Graham aborda o assunto de forma objetiva no seu velho livro “The Intelligent Investor” que explica e argumenta consistentemente a importância de manter um balanço entre Renda Fixa (ou títulos públicos) e Ações.
Ainda coloca uma regra que diz:
O investidor deve colocar no máximo 75% em ações e no mínimo 25% em títulos públicos (renda fixa); Ou, 75% em títulos públicos (renda fixa) e 25% em ações.


Na medida que um ou outro mercado é mais promissor, o investidor inteligente deve alocar seus recursos movendo-se entre esses parâmetros como se fosse uma espécie de pendulo.

Por exemplo, hoje a plantação esta: 56% em ações, 44% em CDB-DI.
Podemos dizer que esta perto de um equilibro, embora esta oscilando fortemente (e novamente) para o lado das ações.

É importante destacar que a proporção de tal equilibro muda muito de investidor para investidor. Por isto dificilmente abordo o assunto de títulos de renda fixa no blog, já que cada um escolhe qual o mais apropriado com base na disponibilidade de dinheiro para investir neste ativo e seu prazo. Obviamente quando melhor a taxa de juros e maior o prazo do investimento neste ativo, melhor!.


Alocar o dinheiro restante em empresas que cotizam em bolsa é para mim o maior e mais agradável desafio que o investidor pode empreender.

Note, que estou falando de empresas que cotizam em bolsa e não estou falando de ações que cotizam em bolsa. Isto representa uma grande diferencia no tipo de analise que proponho seja realizado.

... Continua.

Boa Semana, Bons Negócios.

domingo, março 15, 2009

Alocação de Ativos (1).


É quase unanimidade que o conjunto de opiniões e noticias que chegam aos investidores são catastroficamente desalentadoras e, porque não, até de certo teor pornográfico.

É difícil achar um título nos jornais que fale: Citigroup sobe 74,5%!
Mas de fato em 13/3/09 as ações do Citigroup fecharam a U$1,78 por ação, contra U$1,02 de 5/3/09.
Em contrapartida vemos que os jornais insistem em destacar que as moribundas ações do banco custam 3,2% do que custavam em Maio de 2007 (U$54,80), ou 8,2% do que custavam em Maio de 2008 (U$21,72)...

Não vamos culpar os jornais por isto, sejamos honestos e concordemos que como seres humanos temos uma certa tendência natural a viver os períodos de euforia hiper euforicos, e os períodos depressivos hiper deprimidos.

Como se isto não fosse suficiente, sabemos que hoje em dia é muito simples acompanhar as cotações do mercado em tempo real. Quem já não ficou hipnotizado olhando para a telinha vendo como os números se atualizavam em rápidos piscares verdes/vermelhos?
Não vou vir aqui explicar o efeito que causa consultar constantemente o saldo acumulado do portfólio. Seja qual for seu sentido de acumulação... (acumulo de perdas, acumulo de ganhos).

O problema de seguir uma abordagem deste tipo é que assim fica muito difícil enxergar o bosque. Se você navega diariamente pela pulsação do mercado, suas cotações e noticias, dificilmente você conseguira traçar uma estratégia que permita analisar a atual situação com maior perspectiva e tranqüilidade.

Você nem imagina como as coisas podem ficar estragadas se você baseia suas decisões seguindo ao Mercado. Se você já imagina, então você deve estar 100% de acordo comigo.

Eis aqui o ponto que eu queria chegar.
O investidor aloca seus ativos permanentemente. Isto é, aloca seu dinheiro (recursos) em ações ou títulos de renda fixa.

Mas, infelizmente as coisas não são tão simples assim.
Por exemplo, podemos escolher o time que esta em primeiro na tabela do campeonato brasileiro de futebol, e ficar trocando de equipe, escolhendo sistematicamente o que se encontra na primeira posição.
Sem duvidas, no final do campeonato estaremos torcendo pelo time que é campeão. Não é lindo!?

Salvando as distancias, você já tentou fazer a mesma coisa no mercado de ações?

Boa Semana, Bons Negócios.

domingo, março 08, 2009

Os Primeiros 100 Minutos.

… Dos próximos 2.628.000…
A vida é repleta de ciclos. Um na seqüência de outro, permanentemente se complementam, se interagem, se bifurcam e se fecham, dando inicio a outros...

O mais longo de todos é o da própria vida.

Na minha opinião pessoal, 99% destes ciclos são não planejados. São obras de nossas crenças (sejam elas Deus, o Destino, o Buda, o Acaso, ou porque simplesmente estava assim escrito).
O 1% restante são nossos projetos pessoais (que incluem nossos sonhos de vida, profissionais, amizades, família...).

O curioso é que cremos que controlamos muito mais do que 1% destes ciclos, mas na realidade, estamos muito equivocados. Mesmo o 1% desses ciclos possuem variáveis que fogem totalmente do nosso controle.

Na economia e nas finanças as coisas não são diferentes. Ciclos se fecham e abrem com periodicidades variáveis, dificilmente controlados por ações especificas, são sim conseqüência de um conjunto de atos executados por nos mesmos (os seres humanos que agimos muitas vezes de forma pouco previsível).

Venho sugerindo nas últimas postagens que o atual período, que requer prudência, é uma excelente Oportunidade de Compra. Mas a afirmação parece, para muitos, algo tão impossível como querer entrar no sambódromo com uma escola de samba pela contramão!

Minha sugestão não fica só nas palavras. O fato é que continuo aumentando os pesos das empresas da Plantação.
Porto Seguro e ComGas, são duas empresas nas quais estão prestando particular atenção. Ambas são excelentes pagadoras de dividendos. No caso de Porto Seguro, que apresentou seu balanço final relativo ao 4T08, o lucro por ação foi R$1,26.
Considero estratégico colocar num portofolio de ações empresas que sejam boas pagadoras de dividendos. Ainda mais em tempos de crise, como os atuais, o fluxo gerado pelos pagamentos do produzido no portfólio podem vir a reduzir as perdas registradas do capital investido.

Não estou dizendo que unicamente deve-se investir em empresas que sejam boas pagadoras de dividendos. Se a empresa reteve os lucros e só paga o mínimo exigido pela lei Brasileira (que é 25% do lucro), e reinveste positivamente o dinheiro dos acionistas gerando mais lucros no próprio negocio. Bom, isso definitivamente é algo bom para os acionistas, que verão o retorno do capital investido crescer através do próximo pagamamento de dividendos e da própria valorização da ação.

Se o investidor possui um horizonte de longo prazo, no qual o acumulo de ações de uma determinada empresa acontece ao longo do anos. Isto significa que o pago de dividendos representara um valor absoluto que não é desprezível.
Seguindo com o exemplo da Porto Seguro, quem possui 10.000 ações da empresa, recebeu durante o exercício de 2008 R$12.000 em conceitos de dividendos.

Por que não então, o investidor, pode ter como objetivo atingir esse número de ações... ou mais?

As decisões que tomemos neste período, vão se refletir no médio e longo prazo.
Obama sabe disto... Você também sabe?

Boa Semana, Bons Negócios.
(Fonte imagem: MAD)

segunda-feira, março 02, 2009

O Futuro Nunca Esta Claro.

Você paga um preço muito alto no mercado de ações por um consenso animado. A incerteza, na realidade, é amiga do comprador de longo prazo”. (artigo de W. Buffett, 06/08/1979, Forbes).

Se você concorda com o título da postagem de hoje e com o comentário de W. Buffett, então sem duvidas, você acredita (como eu) que o momento que ante os olhos e o bolso da maioria é uma verdadeira débâcle e catástrofe generalizada é, na realidade, uma das maiores oportunidades de compra dos últimos 20 anos.

Isto não significa que o mercado já chegou no fundo do poço, ou que as ações não possam ficar ainda mais baratas... Ou tal vez, pode significar sim que o mercado chegou no fundo do poço, ou que as ações estão realmente baratas. (Incerteza é isto mesmo).


Tentar adivinhar a tendência para os próximos meses no atual contexto, é a mesma coisa que tentar adivinhar quem será o campeão do Brasileiro 2010.
Podemos até chutar, avaliar, prospectar, achar que com nosso conhecimento podemos predizer com bastante certeza o resultado. Mas na verdade, no fundo, não deixa de ser uma verdadeira incógnita.


A Bovespa não parece um Fusca que esta com problemas no carburador?
Assim que começa tomar algum tipo de velocidade e as coisas se tornam mais emocionantes, o carburador falha e perde-se rapidamente a potencia de torque. Então, quando parece que vamos ter que descer do carro, o Fusca pega de novo... E aí vamos...


Neste mês, o último do primeiro trimestre, varias empresas apresentam seus balanços. Desta forma, avaliações mais apuradas sobre o impacto da crise em cada uma das empresas analisadas, podem nos dar uma pista valiosa para escolher onde aplicar nosso dinheiro.

Na medida que nos adentramos na recessão, e enquanto se prolongue, a situação continuara achatada, pessimista, obscura, preocupante e tensa.

A queda do PIB Americano de 6,2% no ultimo trimestre de 2008, em relação ao trimestre anterior, foi uma noticia muito mais ruim do que todos esperavam. E vai se ainda pior se não para por aí...

Com tudo, o PIB Americano cresceu 1,1% em 2008, em relação a 2007. Os Americanos produziram: U$14,2 Trilhões.

Em 2007 o PIB tinha crescido 2% (em relação a 2006).

Mais do que nunca, o momento é ótimo para compras do longo prazo. Claro, com extrema prudência... lembrando, que se o futuro nunca esta claro, todos os cuidados são poucos para não deixa-lo definitivamente escuro.

Boa Semana, Bons Negócios.