domingo, outubro 26, 2008

Talvez, uma terapia de grupo resolva...

Provavelmente você este procurando saber qual é a melhor coisa que pode ser feita nestes momentos. A boa noticia é que você não esta só nessa busca, Governos estão procurando, Empresas estão procurando, Investidores estão procurando...
A única certeza que temos é que tudo parece muito incerto no curto e médio prazo.

De forma constante os governos das principais economias do mundo tem tentado apaziguar e reconquistar a confiança de nosso amigo “Mercado”. Que por enquanto esta mais desconfiando que nunca.

O Dr. Paulo Sternick é psicanalista (formado pela UFRJ em 1975) radicado no Rio de Janeiro. Ele estuda o campo da Neuroeconomia (ciência que estuda a economia e o comportamento dos mercados através do comportamento humano). Escreve artigos em vários jornais, entre eles o jornal Valor. E foi neste último que ele escreveu o artigo “Tão volátil quanto o mercado é a lucidez humana”, que motivou esta entrevista.
Desde já, agradeço muito a colaboração do Dr. Sternick com o blog de Stock Buster.

1) O campo da neuroeconomia é relativamente novo e não são muitos os investidores que levam seus estúdios em consideração no momento de tomar suas decisões de investimentos. Você acredita que veremos uma mudança nos próximos anos e um avanço desta ciência no Brasil?

Na verdade, o significante “neuroeconomia” remete a uma campo de estudo em que o humano é reduzido a dimensões mais simples de impulso e resposta, ou, pelo menos, a uma simplificação comportamental, caso a referência ou comparação de abordagem seja, por exemplo, questões mais complexas como a subjetividade humana tal como pensada pela psicanálise. A minha praia é a psicanálise, não a neurociência. Enquanto psicanalista, presumo que eu tenha uma posição privilegiada para pensar o econômico e o mercado, nomeadamente o sujeito que opera nele, e a massa que ele vai constituir com uma infinidade de players. Esta massa –ou grupo – também tem um interesse particular para a psicanálise: Freud a estudou profundamente, e W.R. Bion trouxe revelações extremamente interessantes: ambos fizeram contribuições fundamentais para a compreensão da psicologia do mercado, sem saber no seu tempo que faziam isto.

2) No seu artigo publicado no jornal Valor, "Tão volátil quanto o mercado é a lucidez humana", você menciona que "a tal massa chamada de "mercado" pode descer na escala evolutiva do pensamento quando parece dotada de matriz peculiar, capturando dados e índices diariamente da economia mundial e reordenando-os a partir de mitos, temores, desejos ou preconceitos". Como o mercado, composto de seres humanos, pode em algum momento tomar consciência de que muitas vezes esta sendo levado pelo famoso efeito manada (completamente irracional e totalmente emocional)?

Quem toma consciência é o indivíduo. O mercado não tem consciência, no sentido que damos à razão e à lucidez. Funciona como se tivesse uma mentalidade grupal primitiva que reúne o somatório das crenças, angustias, expectativas, receios, medos, esperanças e reações humanas diante de índices e acontecimentos. Não raro age como uma criança diante do escuro, de um estranho ou de um estrondo: sai correndo desesperado. Mais adiante pode vir a compreender que não é assim tão assustador. Outras vezes sintetiza o equilíbrio dos cálculos e previsões bem feitas. Ainda em outras ocasiões festeja ao som da euforia. O mercado é um mar sujeito à calmaria e bom senso tanto quanto ao vento da loucura, quando invade cidades e arrasa patrimônios. Você nunca deve brincar com o mercado: deve teme-lo e respeita-lo. Jamais brigar contra ele, mesmo que você possa ter toda a razão do mundo, e ele estar completamente errado. Charles MacKay, um poeta, jornalista (foi do The Times) e escritor inglês, se não me engano quem primeiro escreveu sobre as bolhas econômicas em seu livro “Extraordinary Popular Delusions and the Madness of Crowds”, disse uma frase memorável: “Os homens enlouquecem em massa, mas recuperam os sentidos aos poucos, um a um”.

3) Por que, na sua opinião, as pessoas têm uma forte tendência a desestimar ou até ignorar as emoções nos momentos de tomada de decisão?

Isto vem da tradição do pensamento ocidental, desde Platão, Aristóteles, culminando em Descartes, até chegar aos impagáveis economistas do século XX, que, munidos de modelos econométricos, se iludiram de que sua ciência era cientificamente exata e que os mercados eram eficientes, subtraindo o humano e os sentimentos das decisões econômicas. Tanto quanto a psicologia havia recalcado a idéia do inconsciente, até o advento da psicanálise freudiana. Então, isto faz parte da nossa constituição psíquica, pelo menos no Ocidente, a de enterrar o que é torto, gauche – tudo que não é controlado pela racionalidade superficial. Só que esta racionalidade é estreita demais para abarcar o amplo espectro de nossa subjetividade, do desejo humani infinito, a onipotência arrogante. Você viu no que deu?

4) A atual retração (crash) do mercado se deve em grande parte ao problema dos créditos de segunda linha do mercado americano (Subprime) que gerou uma retração forte na disponibilidade de crédito. Embora seja perceptível que o impacto na economia real esta acontecendo, ainda é incerto como esta crise irá impactar no lucro das empresas (Quando? Quanto?). Sabemos que o efeito de vendas massivas não é a primeira vez que acontece na historia... Porque não conseguimos evoluir deste estágio emocional?

Alan Greenspan disse que isto vai se repetir de geração em geração, sem que haja aprendizado, os ciclos de pânico e euforia. Com a velocidade dos acontecimentos da atualidade, nem precisamos mais esperar pela sucessão de gerações: há crises em quase todas as décadas. Mesmo assim as pessoas não aprendem, na hora do sufoco, saem correndo; na hora da euforia, compram vorazmente. Quem ganha são os profissionais, que agem com serenidade e aproveitando as oportunidades. Não viu a frase recente do Warren Buffet, de que quando a massa está voraz, ele fica prudente; quando a massa fica prudente, ele fica voraz? Mas isso não é assim tão mecânico, às vezes você tem que respeitar a massa e ir com ela.

5) Colocando o "mercado" no divã. Se você tivesse que fazer um diagnostico sobre o comportamento dos investidores no mercado Brasileiro, qual seria?


Não, quer dizer, já é complexo demais analisar uma pessoa no divã, imagine o mercado brasileiro...Acho que em relação ao mercado brasileiro quem foi mais insano foi o investidor estrangeiro, aliás, escrevi isto num artigo também para o “Valor”, intitulado “Investidor estrangeiro é um risco para o pregão”. Ali eu mostrei que eles sabem tanto de nossas empresas quanto dançar samba. Saíram vendendo em massa, sem saber se as empresas iriam ser realmente afetadas pela crise, se eram exportadoras, e eu não acredito nessa lorota de que precisavam fazer caixa. Não era só isso não: saíram em pânico, porque pensaram que podíamos quebrar, enquanto quem estava quebrando eram eles. E queriam vender com lucro e voltar quando o mercado se acalmar e tiver com preços deteriorados. Você verá em breve. Que eles por enquanto fiquem aplicando a 1,5% ao ano nos títulos do Tesouro americano: daqui a pouco tempo vão ficar com aquela expressão de otários e voltarão a olhar para algumas de nossas empresas, que, só de dividend-yeld, podem dar até 13% (como é caso de certas elétricas ou telefônicas). Não tem risco-Brasil? Sabe, acho que temos que criar um risco-Tio Sam. Veja o caso da Usiminas, que mal exporta seu aço, e está com sua produção toda vendida para este ano no mercado interno: o preço da ação despencou de mais de 90 para menos de 30! Claro que com ajuda dos que alugaram suas ações promovendo um ataque especulativo.
E a Petrobrás, que não guarda correlação estreita com o preço internacional do petróleo: parece até que eles operam automatizados no computador, petróleo cai, Petrobrás cai. Uma bobagem. Mas o problema do mercado brasileiro é a sua ainda doença infantil de dependência, tanto do investidor estrangeiro quanto das empresas de commodities. E o mais engraçado é que quando a Bolsa cai movida por esses dois fatores, todas as empresas, mesmo as que não têm nada a ver com o pato, caem juntas e na mesma proporção. Parece até aqueles pássaros que voam juntos.

6) Se você tivesse que dar 3 conselhos aos investidores, de forma de ajuda-os a avaliar suas emoções antes de tomar uma decisão, quais seriam?

Não agir por impulso, pensando nas conseqüências de suas decisões e avaliando todas as probabilidades, inclusive as mais impensáveis (como as que aconteceram recentemente). Não transformar seus investimentos em tortura emocional, colocando apenas uma parte liquida de que não precisará usar no curto prazo, prevendo que possa se desvalorizar por um tempo e mantendo a capacidade de comprar ações caso elas fiquem com preço bastante atraente. E jamais ceder ao destemor e à arrogância de operar alavancado, fazendo operações a termo ou vendas a descoberto – exceto se for profissional ou se quiser separar dinheiro para apostar prevendo que possa perder. Nunca esquecer que o maior risco somos nós mesmos, e que impulsos autodestrutivos podem operar sem que tenhamos chance de percebe-los a tempo. Além do mais, cuidado: Bolsa vicia!

7) De forma geral, podemos conhecer como o Dr. aloca seus investimentos. Quanto porcento em Renda Fixa, quanto em Ações ou Fundos?

Não abro mão de alocar parte substancial em imóveis – um hedge que não se mexe, apesar das tentações... Gosto de operar minhas próprias ações, seja a longo prazo, daytrade ou swing, e venda coberta de opções. Mantenho uma parte razoável em renda fixa, porém, isto varia de acordo com o momento. Atualmente, os preços das ações ficaram convidativos, e a porcentagem em Bolsa aumentou. Quanto menor está o índice Bovespa, menores são as chances de perda. Porém, há uma lição básica que não se deve esquecer: o fundo sempre pode ficar cada vez mais baixo...

Obrigado Dr. Sternick!

Boa Semana, Bons Negócios.
(Nota: Nesta semana teremos decisão "psicológica" do COPOM.)


domingo, outubro 19, 2008

Circuit Breaker.

(Vendi antes da euforia; Comprei antes do Crash)

Seção Bvp/36.399, anexo de advertências do Guia de Autodefesa do Investidor das Galáxias: Cuidado, o Circuit Breaker é altamente viciante. Em caso de persistirem os sintomas o medico deverá ser consultado.

Na Bovespa o cirquit breaker é um mecanismo de controle de oscilação que interrompe os negócios no pregão. Primeiramente é acionado quando o índice Bovespa atinge uma queda superior ao 10%, neste caso os negócios são suspensos e só retornam depois de 30 minutos. Se o mercado continua em queda e atinge um valor 15% inferior ao fechamento do índice do dia anterior, os negócios serão suspensos por mais 1 hora.

O mecanismo foi implementado em 2003 para dar tempo às ordens de compra/venda automáticas disparadas pelos computadores. Desta forma, os investidores que utilizam este sistema teriam tempo de rever suas decisões e alterar as ordens.

Não seria interessante estabelecer algum outro tipo de circuit breaker diretamente no cérebro de alguns investidores? (quem sabe no futuro).

Tivemos mais uma semana de grandes oscilações e alguns circuit breaker...
E a estratégia da Plantação?

Como já venho dizendo, há algumas postagens, é tempo de compras e não de lamentações. (Compras que devem ser efetuadas com extrema prudência).

Na mira da Plantação tenho previsto mais incrementos em ações de Ideiasnet e ALL.
Ideiasnet, em valores absurdamente baixos, ainda mais baixos dos que comprei há duas semanas (18/9: R$3,60 e 7/10: R$2,44). Teria gostado adquirir ações a R$1,50, mas não tinha dinheiro em caixa naquele momento. Paciência.

ALL, é um trem novamente em aceleração... Vem apresentando excelentes resultados, e isto finalmente tem voltado a refletir na cotação. (A empresa declarou que não possui exposição cambial de contratos de derivativos que comprometam seus lucros). (Ver ALLL11)

É importante que você decida ir às compras porque avaliou que o momento é o indicado, e não porque têm outros que vão às compras, ou porque alguém diz para você ir às compras.

Sou um grande admirador de Warren Buffett, que recentemente declarou estar comprando ações (que é claro uma excelente noticia). Mas se o próprio Warren não segue ninguém, porque nos deveríamos?

Para que fique mais claro: Não só sou um grande admirador do mestre Buffett (quem me ensinou o pensamento e a estratégia de longo prazo), mas também admiro muito ao Peter Lynch (quem me ensinou o trabalho de escolher empresas que não necessariamente são as maiores), e do mentor de ambos: Benjamin Graham (quem me ensinou a avaliar os fundamentos de uma empresa e a ter uma estratégia para o portfolio). Se você me perguntar, sigo uma mistura que particularmente criei deles.

Ser investidor é primeiramente ser um mesmo, não ser uma imitação ou copia. Seja você mesmo!


Boa Semana, Bons Negócios!

(Fontes: Manual de Procedimentos Operacionais da Bolsa de Valores de São Paulo; cap xviii ).


domingo, outubro 12, 2008

Black Monday, Black Tuesday, Black Wednesdays, Black Thursday, Black Friday... Crash 2008.


Dinheiro pode comprar muitas coisas, menos confiança.
... Prova disto são os pacotes trilionarios disponibilizados nas últimas semanas pelos governos do G7... (U$700 bilhões os Estados Unidos; U$437 os Britânicos).

Alguém já entendeu o porque do castigo ao Lehman Brothers?
Paulson deixou quebrar este banco no mês de Setembro. Fato, que tem grande consenso, foi o inicio da grande onda de vendas e desconfiança generalizada que colocou todo mundo na atual situação caótica.
Quando Paulson (Ministro de Economia Americano) deixou ir à falência ao Lehman muitos jornais o criticaram e publicaram que ele estava jogando roleta-russa.
Agora fica evidente o resultado da brincadeira, com o registro de mais um Crash na historia dos mercados mundiais.

Resta agora aguardar na próxima semana que a ação conjunta, anunciada neste final de semana pelo Governo Americano e os Governos da Europa, consiga restabelecer a ordem. Embora a sensação continue sendo de falta de comando e grande desconfiança.

A má noticia, se é que ainda resta alguma, é que as coisas podem ficar piores.
Guarde estes números em algum lugar: Depois da crise de Outubro 1929 o PIB Americano caiu 50% e o Índice de Desemprego pulou para um valor superior aos 20%. Essa foi a época da Grande Depressão e durou 13 anos (1929-1942).
Não teve ação coordenada dos BC’s do mundo. Alias, o FED daquela época aumentou a taxa de juros e produz uma contração ainda mais violenta do crédito. Enfim, essa é outra historia.

Atualmente assistimos à tentativa dos BC’s do mundo de querer evitar um processo similar ao de 1929. Torço para que eles consigam...

Estamos numa fase na qual o investidor desconfia das empresas que cotizam na bolsa, bancos desconfiam de bancos, empresas desconfiam de bancos e de empresas, pessoas desconfiam de bancos e bancos desconfiam de pessoas...
Todos tentam proteger o dinheiro que restou.

Que estou fazendo na Plantação?
É difícil delinear um plano de ação baseado nos atuais fundamentos, porque os atuais fundamentos são irracionais.
Investir durante este período é algo que parece tão irracional quanto as quedas das últimas semanas.

Investir forte pode ser suicida?
Minha opinião é a seguinte:
  • Primeiro, acredito que o mercado vai se recuperar, obviamente isto irá acontecer num horizonte aproximado de 12 meses.
  • Segundo, dependendo do tamanho dos investimentos efetuados durante esta fase “delicada”, na medida que o mercado volte a seus valores pré-crash a Plantação pode-se tornar mais forte.
  • Terceiro, tinha colocado metas em quantidade de ações para as empresas do portfólio. Evidentemente estou revisando estas metas. (Por exemplo, se tinha pensado colocar na Plantação um máximo de 100 ações de Ideiasnet quando sua cotação estava na faixa de R$6-R$9. Hoje que esta cotando R$2, porque não posso pensar em reavaliar esta meta a elevando para um máximo de 400 ações? isto significa "ficar mais forte").
  • Quarto, empresas como ALL e Perdigão devem beneficiar-se neste novo cenário de Real desvalorizado.
  • Quinto, ComGas tem resistido muito bem nesta crise.
Para medir o pulso da crise nos próximos meses, será importante acompanhar de perto os indicadores da economia real. Nível de Consumo, Inflação, Taxa de Juros, Balança Comercial do Governo, Desemprego, Nível de Inadimplência, e os resultados dos próximos balanços das empresas.

Sugiro que você seja muito prudente durante esta fase. Imagino que você pode estar preocupado com as recentes quedas, eu também estou (todo mundo esta).
Só você sabe quanto precisou trabalhar para guardar o dinheiro que você tem investido. Desta forma, pense bem e conte até 50 antes de fazer qualquer coisa.

... O que os jornais não disseram (ainda) é que Paulson quebrou as regras do diabólico e fatídico jogo. Quando todos acreditaram que ele estava puxando o gatilho apontado a arma para ele, descobrimos que ele estava apontando a arma para nós.

Boa Semana, Bons Negócios.

sexta-feira, outubro 10, 2008

Comentário de Rodin Spielmann, Diretor de R.I de Ideiasnet.

(Rápida entrevista por email com Rodin Spielmann, em exclusivo para Stock Buster).

Stock Buster: ...Não consigo desenhar para o futuro (2009)... um cenário tão ruim e pessimista de forma que o valor atual de Ideiasnet seja o de Outubro de 2005, quando IDNT não tinha aumentado sua participação em empresas como Officer e PadTec.... E seu faturamento não chegava perto do nível atual.
Ideiasnet tem contratos de Hedge de cambio? Algum investidor de peso vendeu sua posição na empresa nas últimas semanas?


Rodin Spielmann:
Como vocês, estamos sendo bombardeados com manchetes de aperto nos mercados de crédito, instituições financeiras e um enfraquecimento da economia global. Todas estas questões são motivo de preocupações, não só sobre a economia, mas como ela irá afetar a Ideiasnet e nossas empresas investidas.

As incertezas nos mercados de capital teve repercussões na economia em geral e, entre outras coisas, gerou retração do crédito. Ninguém sabe ainda tudo das repercussões. O que sabemos é que a Ideiasnet se encontra no melhor momento da sua história, com posição forte de caixa (perto de R$ 70 milhões) e um portfólio de empresas bem diversificado, muito bem posicionado, e em forte expansão. Além do dinheiro em caixa, temos um bom relacionamento bancário para apoiar o crescimento e, principalmente, os melhores gestores, funcionários e colaboradores na Ideiasnet e nas empresas investidas.

Olhando para o futuro a nossa estratégia é clara: expansão das companhias, ganhar fatia de mercado, tomando como base o que podemos controlar, o nosso desempenho. Inovação, execução e relacionamento ainda são fundamentais para proporcionar aos atuais e futuros clientes o valor que eles precisam, esperam e merecem do nosso grupo.

Mesmo neste cenário desafiador da crise instalada temos acelerado, apoiado e apostado no crescimento e desempenhando dos nossos negócios. Podemos citar alguns exemplos realizados neste período desde Março deste ano:

  1. Padtec - comprou uma empresa Israelense – a Civcom e recentemente entrou na Shortlist da espanhola Telefónica;
  2. Spring Wireless - fizemos um aumento de capital na companhia, juntamente com NEA e Goldman Sachs, que possibilitou a compra da OKTO uma das principais e mais desejadas companhias do setor de mobile do Brasil,;
  3. Bolsa de Mulher - Consolidamos o setor feminino, criando o maior grupo de mídia voltado para mulheres da Internet Brasileira e abrimos o portal em 3 locais da América Latina;
  4. Trinnphone - Compramos a ETML para fortalecer a Trinnphone e torná-la uma operadora de telefonia completa;
  5. iMusica - Expandimos a operação mobile para 14 países da América Latina em parceria com a América Móvil;
  6. Virtus - lançamos a pedra fundamental da fusão de 8 empresas no setor de software e serviços, formando uma das 3 maiores empresas deste setor;
  7. BrANDS - lançamos a BrANDS, a primeira holding de comunicação 100% digital do Brasil, reunindo a Hands, AddComm, MediaFactory e TV ao Vivo;
  8. NetMovies - colocamos no ar a campanha publicitária da empresa,;
  9. Zura! - fechamos negócio do Zura! com o Yahoo!, desbancando do portal nosso principal concorrente e líder estabelecido do segmento, o Buscapé;
  10. TecTotal - lançamento da empresa em sociedade com a Telefónica para suporte residencial;
  11. Officer - como possui uma fluxo de caixa neutro e uma ótima situação de capital de giro, pode suportar a pressão neste momento de crise o qual acreditamos será o grande responsável por mais uma consolidação "orgânica" do mercado.
Além de tudo isso, é importante ressaltar especificamente o item (2) o qual demonstra que a Ideiasnet (neste caso, através da Spring) pode se tornar parceiro de eventuais investidores estrangeiros dedicados ao setor TMT, como o NEA.


domingo, outubro 05, 2008

Quatro Meses Depois...


Como questão de fato (diz
Jason Zweig), conforme olhamos para as diferentes variáveis econômicas, como por exemplo: juros, inflação, crescimento econômico, preço do petróleo e commodities, desemprego, déficit/superávit das contas do governo, dólar e outras moedas; podemos ter certeza de três coisas:
Primeiro, alguém sempre paga um caminhão de dinheiro para fazer algum tipo de predição sobre estas variáveis.
Segundo, ele não vai contar para nos, e não podemos sequer saber qual é a precisão de suas previsões ao longo do tempo.
Terceiro, se vamos investir com base em previsões desse tipo, susceptíveis de erro, seria algo similar a pagar um trocado para uma cigana, ou análogo, e seguir suas orientações como guia.

A grande frustração com as previsões econômicas é que parece bem claro que a analise deveria funcionar. Concorda?
Normalmente entendemos que quanto mais pratiquemos tênis, futebol ou esporte que você quiser, melhor deveríamos jogar. Porque deveria ser diferente com os investimentos?

É neste ponto e, no atual contexto do cenário econômico mundial, que resulta interessante nos projetar quatro meses para frente (5 de Fevereiro de 2009).

Nessa data podemos dizer com algum grau de certeza, que:
  1. O novo Presidente dos Estados Unidos (seja Barack Obama ou John MaCain) já terá assumido seu mandato de quatro anos. Vai assumir num momento crucial. Por um lado, terá que afrontar a maior crise financeira e econômica das ultimas décadas. Por outro, contará com o maior pacote de ajuda financeira já aprovado pelo Congresso Americano.
  2. Como o pacote foi aprovado nesta semana (3/10/08), terão transcorrido quatro meses nos quais as medidas propostas por Paulson-Bernanke serão testadas e aprimoradas.
  3. O COPOM terá realizado mais 3 reuniões. Qual será o nível da taxa SELIC? 14,25%? 14,75? 15,25? 13,75%?...
  4. Se o BC do Brasil continua aumentando os juros, seguramente isto vai refletir no consumo (bens de consumo), e na industria da construção. Por outro lado, o fato de que o crédito internacional para as empresas seja escasso vai inferir ainda mais na indisponibilidade de crédito para as pesoas físicas.
  5. É possível que a Bovespa não esteja mais no atual nível de 45.000 pontos? Se o plano de Paulson-Bernanke estiver dando certo, teremos uma melhora no valor do índice. Qual?
  6. O PIB Americano relacionado ao último trimestre de 2008 terá sido divulgado (O Brasileiro também). Se for negativo abrira a real possibilidade de que os americanos entrem em recessão. Caso contrario, restará saber qual o grau de desaceleração da economia e, logicamente, seu impacto no resto das economias do planeta. Uma desaceleração forte vai impactar no preço do petróleo e de commodities afetando ao Brasil. A recessão Americana vai impactar ainda mais forte às empresas exportadoras e produtoras de commodities (ex: Vale e Petrobras).
  7. ...De uma coisa podemos ter certeza. Faltarão 19 dias para o Carnaval 2009 (que será 24/2/09).
Penso que é importante, durante esta fase, não perder o foco. Isto é, se seu horizonte de investimentos continua sendo de 5 ou 10 anos, estamos diante de uma excelente oportunidade. Não deveríamos ficar nos lamentando porque não vendemos nossas ações no pico da euforia (erro 1).
Na mesma linha, não podemos nos dar o luxo de nos lamentar no futuro por não ter aproveitado devidamente estes momentos (erro 2).

Se tem empresas que estão anunciando recompra de ações (aproveitando o nível de preços de suas ações) como é o caso de Ideiasnet e ALL, não seria lucrativo trilhar o mesmo caminho?

“O Guia de Autodefesa do Investidor das Galáxias sugere, no caso que uma chuva de meteoritos atingir o mercado de valores o guarda-chuva não será suficiente defesa. Quebre seu porquinho, pegue as moedas e compre os destroços... O mercado sempre ressurge”.

Boa Semana, Bons Negócios.