domingo, dezembro 07, 2008

Na véspera de Natal.

Aqueles caras em Davos que estavam esquiando em Janeiro de 2008 (lembra?), enquanto por aqui os preparativos para o Carnaval esquentavam, incrivelmente ou não, acertaram quase que na mosca os fatos que se desenrolaram neste histórico e perturbado ano de 2008.

Poderíamos especular sobre diferentes hipóteses, qual foi o motivo para não levar estes caras a serio, mas se algo apavorantemente profético aconteceu em Davos em Janeiro deste ano, a verdade é que talvez nunca saberemos. O fato é, que o relatório que ficou no blog disponível desde sua publicação (ver seção Que Acontece?: (9/1)...), hoje é quase que uma triste e profética historia escrita no melhor estilo Nostradamus
.


(Avaliação de riscos de perdas económicas, Relatório Davos 2008)

O estouro da bolha mobiliaria Americana derivou no calote massificado das hipotecas de segunda linha, que por sua vez acabou colocando na beira do precipício bancos Americanos e Europeus; imediatamente depois o crédito (combustível do consumo e da produção) foi praticamente extinto.

Posições acionarias foram vendidas a qualquer preço (nas bolsas do mundo), para cobrir a falta de dinheiro e conseqüentemente vivemos o declínio de todos os índices acionários.

A falta de crédito e a perda do valor dos ativos nos mercados (incluindo commodities agrícolas e energéticas) esta levando hoje à necessidade de queda na produção (por causa da falta de demanda e dos estoques ainda elevados nas industrias). A baixa na produção deriva da necessidade das industrias/empresas em diminuir o número de funcionários e isto aumenta o desemprego, e o aumento do desemprego realimenta o ciclo de baixa na demanda.

Por que? Mesmo que Lula insista que compremos TVs, carros, e outras coisas, na verdade é que a possibilidade (incerteza) de perda do emprego no curto ou médio prazo leva às famílias (consumidores) a puxar o freio nos gastos. É assim aqui ou em qualquer outra parte do mundo.

Isto é um cenário recessivo. E é o cenário que estamos atualmente vivendo.

Se você é um investidor de curto prazo ou um Day-trader, daqueles que acorda olhando gráficos e escutando as cotações das bolsas asiáticas e européias enquanto faz a barba, este blog definitivamente não é para você.

Mas se você é um investidor de médio e longo prazo, um pouco por convicção, um pouco forçado pela atual conjuntura, saiba que somos muitos os que ainda investimos avaliando os fundamentos das empresas, e conservamos a peregrina esperança de que os preços das ações voltem num patamar mais racional.

Sem pressa. Com paciência. Sabendo que o que hoje para muitos é caótico e decepcionante, para nós é oportunidade. E se nós não aproveitamos a oportunidade, alguém mais com certeza o fará.

Nas vésperas de Natal, muitas coisas podem soar como contos natalinos, cabe unicamente você saber ouvir e acreditar na coisa certa.

Boa Semana, Bons Negócios.
(Nota, não perca: Decisão do COPOM nesta quarta-feira. Cara ou Coroa?).
(Fonte: Relatório Davos: Global Risk 2008).


Nenhum comentário: