domingo, maio 11, 2008

Venda Petrobras, compre Tio João.

De segunda-feira a sexta-feira, costumo almoçar em um restaurante da zona sul de São Paulo, apelidado pelos meus colegas de trabalho de Arroz Cru.

A comida não é demasiada sofisticada nem o lugar demasiado requintado, seu cardápio possui uma combinação de dez pratos, a grande maioria deles como você já deve estar imaginando, acompanhados de uma suculenta e generosa porção de Arroz (algumas vezes algo cru).

Difícil é imaginar o prato característico de comida no Brasil sem que o típico acompanhamento esteja presente.
Talvez, ainda mais difícil seja imaginar, você investindo em Arroz no lugar de investir na Petrobrás (por falar de alguma das blue chips da Bovespa).

Mas como o assunto das commodities esta praticamente no topo do ranking nas ultimas semanas, achei interessante abordar de alguma forma o assunto na postagem de hoje.
O gráfico apresenta o índice de preços mundiais do arroz desde Janeiro de 2000 até fevereiro de 2008.

O Arroz, como outras commodities, esta chamando sua atenção diante da escalada quase vertical de seus preços.
Vários fatores são responsáveis pela elevação acentuada, entre eles temos: queda nos estoques do produto durante 2008, aumento insignificante da produção (ou até diminuição devido as secas) e aumento do consumo.

Paul Krugman (colunista The New York Times) escreveu um artigo interessantíssimo que aborda a produção mundial de alimentos, commodities e o crescimento pela demanda de alimentos (consideravelmente maior ao crescimento da produção; Ler artigo completo aqui).

Celso Ming (na minha opinião um dos melhores colunistas econômicos do Brasil), vem abordando também o assunto na sua coluna diária no suplemento de economia do Estado de São Paulo. Hoje, baixo o titulo “Insegurança Alimentar” Celso Ming adverte sobre o estrago que a forte valorização do preço dos alimentos poderá causar na economia mundial.

Para mim fica uma pergunta no ar: O problema da falta de energia é bem diferente do problema da falta de alimentos. Bem se investindo muito na procura por energias alternativas, visando que as fontes de petróleo vão-se esgotar no futuro... Mas o que fazer para aumentar a produção de alimentos? ... Colonizar outros planetas?
Qual será a reação dos paises nitidamente consumidores, se no futuro os paises fornecedores restringem as exportações de alimentos?

Não estamos falando, por exemplo, da falta de mineiro de ferro, estamos falando da falta, por exemplo, de arroz.

Estima-se que para 2050 seremos 9 bilhões de habitantes no planeta...

Veja aqui o gráfico animado de desnutrição no mundo desde 1970 até hoje.

Think Rice!

Boa Semana, Bons Negócios.
(fontes: www.arroz.agr.br; www.fao.org).

2 comentários:

Anônimo disse...

Terra tem de sobra, o problema é que produzir alimentos ficou inviável economicamente para o pequeno agricultor (aquele que produz para consumo próprio e vende o excedente, suprindo as necessidades da população local - a boa e velha roça). Agora ele voltará a produzir...
O Vale do Paraíba, que até uns 20 anos atrás produzia grande parte dos alimentos para a capital, deve voltar a plantar...

Anônimo disse...

O mundo ainda produz mais alimento do que come, e grande parte dessa produçao vem de paises pobres como Laos, Bangladesh, Mianmar... Ai cerca de 100 milhões de pessoas no mundo entrarão na pobreza(dados da ONU)por causa dos preços. Outro problema que vai prejudicar e muito é o aquecimento global onde muitas terras produtivas hoje podem não ser mais daqui a dez anos... perderemos grande parte dessas terras por causa da mudança de temperatura, e ai que os alimentos vão se tornar caros demais até para a classe media.