domingo, maio 04, 2008

Duas Caipirinhas (pelo Investment Grade).

Obrigado Standard & Poor’s!
A primeira caipirinha tem que ser pela qualificação que a agência deu na quarta-feira aos créditos soberanos de longo prazo brasileiros.

A farta literatura sobre o assunto nestes últimos quatro dias inundou os jornais, revistas e blogs de economia, de forma justificada é claro. Todo mundo estava aguardando a classificação no segundo semestre, mas chegou 15 minutos antes do final do primeiro tempo.
... Dando inicio a uma verdadeira corrida pela aquisição de ações na bolsa... e, talvez, a uma nova festa.

Na sexta-feira foram negociados na Bovespa r$11,1 bilhões, ante uma media diária de r$5,56 bilhões em Fevereiro e Março. E o índice bovespa bateu um novo recorde ao chegar aos 69.366 pontos.

Basicamente a nota dada (BBB-) pela S&P (Ler o relatório da S&P sobre Brasil), permite que um número considerável de fundos de investimentos estrangeiros invistam no Brasil.
Se você tem sua plantação na bolsa, seu sorriso deve estar tomando forma...

O rendimento de 3,87% da plantação no mês de Abril, foi marcadamente menor ao da Bovespa (+11,3%) principalmente pelo fraco desempenho das ações de Ideiasnet, que continuam na faixa entre r$5 e r$6. Como a empresa possui 37% do portfolio sua incidência e maior, tanto nos tempos de vacas magras como nos tempos de vacas gordas.

Um dado interessante é que no único dia de negociação do mês de Maio (ultima sexta-feira) a plantação se valorizou 4,54%.

Evidentemente o grau de investimento traz ao Brasil uma nova perspectiva, embora não garanta que ela se concretize. Isto é, o governo deve continuar trilhando e procurando melhorar os pontos que ainda faltam melhorar para poder consolidar-se nesta classificação.

Segundo destaca o relatório Standars & Poor’s, os pontos ainda vulneráveis do Brasil, relacionados com a qualidade do crédito, são:

  • Elevada carga da dívida líquida do governo geral e de juros:
  • Inflexibilidade orçamentária e alto nível de despesas correntes;
  • Barreiras estruturais que mantêm tanto os investimentos quanto o crescimento do País abaixo do nível atingido por outras economias emergentes.
A segunda caipirinha, é para comemorar que ainda Moody’s e Fitch (as outras duas grandes agências de classificação de risco) devem elevar a classificação do Brasil (no futuro...) e isto ira prolongar a festa por algum tempo mais.

Considero importante levar em consideração que desde o momento que o Brasil passa ser um porto seguro para os investimentos de longo prazo, o retorno esperado dos investimentos deve ser similar aos retornos obtidos em paises com classificação similar. Na medida que maiores garantias são oferecidas, menores prêmios e retornos serão pagos aos investidores.

A obtenção de retornos grandes deverá exigir analises mais apuradas e seletivas por parte dos investidores. Em Fevereiro de 2002 México obteve o desejado grau de investimento. Confira no gráfico o rendimento do indice IPC (Bosa de México) desde a obtenção da classificação até hoje:




Boa Semana, Bons Negócios.
(Lembrando que: Se beber não dirija).




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