Todo bom investidor deve, no mínimo, visitar ao analista de Bagé ao menos uma vez na vida. O foco da visita não deve ser a perigosa, porem efetiva, técnica do joelhaço. Em sim uma boa e longa consulta, deitado no divã bebendo chimarrão.
Você deve-se estar perguntando o que o Analista de Bagé tem há ver com a postagem de hoje?
Pois saiba, que até Freud e Lindaura alguma vez marcaram consulta em Bagé.
O Analista de Bagé declara (em Todas as Histórias do Analista de Bagé, de Luis Fernando Ver!ssimo) que não existe gaúcho homossexual, porem quem não nasceu em Bagé ta se arriscando...
John Keynes foi um dos gringos que marcou consulta com a Lindaura para visitar ao analista. Contam que ele teve a idéia de escrever The General Theory of Employment, após de beber três cunhas de chimarrão.
O melhor deste livro que é um clássico, e como todo clássico é muito denso para se ler, é o capitulo 12: “The state of Long-Term Expectation”. Nele Keynes aborda o assunto da expectativa e de como ela esta relacionada com todas as decisões que tomamos, especialmente as decisões de investimentos. Ele declara que raramente nos detemos para avaliar como ou porque formamos nossas expectativas.
Existem duas facetas das expectativas:
A primeira, diferencia as expectativas que derivam de processos dedutivos de aquelas que tem como alicerce processos indutivos. Os processos dedutivos transitam através de premissas até concluir alguma coisa. Os processos indutivos transitam de fatos específicos até criar princípios gerais.
A segunda, é que depois que um evento ocorre os seres humanos tendemos a sobreestimar o conhecimento do pré-fato para tirar conclusões sobre o resultado.
Isto é, depois que o fato ocorreu é comum ouvir dizer: é obvio que isto ou aquilo iria ocorrer... E pior ainda, se a cadeia de eventos do pré-fato se repetir, nossa tendência será estabelecer nossa expectativa no mesmo resultado anterior.
ERRADO!
Por algum motivo existe o caos no universo, existe Deus, e também... existe o analista de Bagé para nos dar um bom joelhaço.
Keynes afirma que nenhuma escolha de investimento deve ser baseada em modelos matemáticos ou métodos dedutivos.
Lamentavelmente, nos seres humanos, temos dificuldades para trabalhar com modelos indutivos, e temos muita facilidade para identificar padrões.
Quando investimos pensamos em obter um retorno de nosso investimento, essa é nossa expectativa. O fato é saber como essa expectativa chegou a nossa cabeça?
As emoções afetam as decisões, as decisões afetam ao mercado, o mercado afeta as pessoas, e alteram suas emoções... O mercado esta composto de pessoas... E aqui começamos de novo.
Tal vez agora seja mais clara o porque a necessidade conhecer o processo decisório que acompanha nossos investimentos.
Ou talvez agora seja a hora de procurar ao analista de Bagé, onde for que ele estiver tche.
3 comentários:
Love to all.....
Parabéns !!!
Cada dia mais interessante !
Parabens!!!
Otimo blog!
Grande abraço!
Leitão
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