domingo, julho 20, 2008

Perspectivas para o futuro, segundo Morgan Stanley.

“E chegamos à etapa seguinte da nossa aparente interminável crise financeira. Desta vez são Fannie Mae e Freddie Mac que ocupam as manchetes, com alertas funestos de um colapso iminente... Até que ponto devemos ficar preocupados?”. Paul Krugman, do jornal The NYT, inicio do artigo (14/7/08) Fannie, Mae and You.

Estamos em uma crise longa que não dá sinais de terminar no curto prazo. E todo mundo esta muito sensível e nervoso porque espera uma recuperação que não chega... Porque os mercados não saem do lugar... Porque o colapso iminente esta muito agoniante e a cada momento uma má noticia aborta qualquer tênue tentativa de recuperação... Ou, porque as pessoas refletem se não deveriam ter vendido alguns meses atrás... E agora já é tarde demais.

Morgan Stanley apresentou em um de seus relatórios, uma interessante avaliação sobre as perspectivas de investimentos em infraestrutura nos Países Emergentes (PE) para os próximos 15 anos. Obviamente na analise podem-se achar importantes recomendações de investimentos. O relatório de 39 páginas, rico em detalhes, merece ser lido na integra. Segue aqui um pequeno resumo dos tópicos que achei mais relevantes focados no Brasil:
  1. A demanda por infraestrutura é crescente no Brasil. A população continua crescendo e se urbanizando e os recursos de infraestrutura atualmente disponíveis são escassos.
  2. Ao mesmo tempo, um sustenido crescimento económico nos PE permite ao governo financiar projetos em infra-estrutura (as conhecidas PPP) sem o auxilio de financiamento externo.
  3. Muitas empresas dos PE estão competindo, ou em muitos casos se tornando parceiros, de empresas nos mercados desenvolvidos.
Um verdadeiro boom de construção de infraestrutura esta acontecendo nos países emergentes envolvendo as áreas de Eletricidade, Água, Propriedades, Portos e Aeroportos. Um valor sem precedentes será investido na próxima década pelos PE. Segundo estimativa do Morgan Stanley um total de u$21,7 trilhões será gasto em infraestrutura, desse valor 67% será gasto pela Ásia e aproximadamente 5% pelo Brasil (isto significa u$1,085 trilhões gastos pelo Brasil).

Para o 2015, São Paulo terá 20,5 milhões de habitantes e Rio de Janeiro terá 12,8 milhões colocando ambas cidades entre as 20 cidades mais populosas do planeta (na posição #4 e #18 respectivamente).

O relatório também aborda o impacto do aquecimento global nas economias dos PE. Destaca que os PE são mais vulneráveis as mudanças climáticas que os países desenvolvidos. E explica porque a Rússia e a China podem ser os maiores beneficiados pelas mudanças no clima.

O número de empresas com capital aberto, ligadas a infra-estrutura, tem-se incrementado em 52% nos PE, enquanto nos países desenvolvidos o incremento foi de 32%.

Você sabia que para exportar algum produto pelos portos Brasileiros são necessários 8 dias, enquanto nos Estados Unidos são necessários 5 dias. Ou que para importar um produto para o Brasil são necessários 14 dias para cumprir com a documentação necessária, enquanto na China são necessários 11 dias e nos Estados Unidos só 5 dias?.

No 2005, Brasil possuía quase a mesma quantidade de quilômetros de trilhos ferroviários que a Alemanha. (embora a diferencia de superfície de cada país seja mais do que óbvia).

Estados Unidos possui quase 7 vezes mais de quilômetros de trilhos que o Brasil. (Brasil: 29.706 quilômetros, Argentina 32.170 quilômetros; Estados Unidos: 180.000 quilômetros).


(clique no grafico para visualizar melhor).

Por último, quarta feira temos decisão do COPOM sobre a SELIC.

Boa Semana, Bons Negócios.
(Fontes: Morgan Stanley, Emergin Market Infraestructure (relatório completo); Fannie, Mae and You)


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