A mais longa e avassaladora festa já realizada no mercado de valores esta agora em seu quinto ano consecutivo e, ainda assim, ninguém quer que acabe. Certa vez um grupo de investidores de um fundo de hedge olhou para o relógio, mas isso foi em 1998, e os investidores do Long Term Capital Management foram socorridos pelo então presidente do FED, senhor Alan Greenspan.
A festança é extraordinária, você só acreditaria vendo, mas se você não tem nenhuma necessidade especifica de acreditar, então é melhor não ir.
Recentemente houve alguns movimentos desesperados e assustadores para acabar com a folia, mas então o novo presidente do FED, o senhor Ben Bernanke falou na festa e todo mundo pareceu entender. Mas, na manha seguinte quando comentaram os fatos, o mal-entendido generalizado derrubou até os copos de cerveja que já estavam no chão.
O problema esta focalizado nas tais hipotecas de alto risco, que como seu nome já o indica são “hipotecas de alto risco”. Algo assim como: me empresta seu dinheiro e que Deus o pague.
Desta forma os bancos emprestaram dinheiro, nos últimos anos, a pessoas com capacidade financeira no mínimo duvidosa. As pessoas com capacidade financeira no mínimo duvidosa compraram suas casas, no mínimo a preços elevados, e deram origem a uma bolha imobiliária que como já sabemos são muitas vezes a origem de muitas crises financeiras.
Os bancos, que nada tem de tontos, cobraram uma taxa extra para emprestar dinheiro para estas pessoas. Depois venderam estas hipotecas, em lotes, para outros bancos ou investidores que aceitaram comprar o risco em troca de uma remuneração no mínimo mais aceitável.
Por algum motivo, o 13 de Março deste ano, um grupo de pessoas com capacidade financeira duvidosa, decidiu deixar de pagar suas hipotecas. Então a Associação de Bancos Hipotecários Americanos anunciou que o índice de execução de hipotecas disparou, e seguidamente o boato de que estava acabando a cerveja espalhou-se na velocidade do som.
Milhares de convidados decidiram retirar seus casacos todos de uma vez e o Bear Stearns não deu conta do recado. Foi o primeiro sinal.
O segundo sinal aconteceu na semana passada. A banda francesa BNP Paribas (que também atende no Brasil) cancelou o show que estava previsto, e automaticamente a cerveja acabou.
Com a liquidez seca, muitos quiseram vender seus títulos lastreados em hipotecas para levantar dinheiro para pagar as dividas, que já existem com outras bandas, mas como não apareceu um único comprador as coisas foram piorando.
Até a ultima sexta-feira os bancos centrais já tinham colocado na praça u$140 bilhões, sinalizando que eles têm dinheiro suficiente para que a cerveja continue correndo livremente na festa e as diferentes bandas continuem tocando.
De cada 10 artigos que falam sobre os atuais problemas financeiros na economia global, 5 falam que é uma crise e 5 falam que não é uma crise.
Eu espero que tudo seja rapidamente resolvido da mesma forma que foi em 1998. Mas também, não contaria muito com isso.
O FED Americano ainda tem opções para tentar conter a crise. Isto é: Colocar mais dinheiro no mercado atraves da venda dos famosos T-Bonds; e/ou abaixar a taxa de juros americanos hoje no patamar de 5,30% ao ano.
Celso Ming escreveu na sua coluna de hoje, no jornal O Estado de São Paulo: O que é o quê? E simplificou tudo numa única pergunta: O que é um fundo de hedge que não é capaz de dar hedge justamente quando se precisa de hedge?
No meio à volatilidade exuberante, aumentei o peso de Ideiasnet no portfolio. Participei do webcast de Rodin Spielmann na ultima quinta-feira e penso que a empresa continua nos trilhos e fiel a sua estratégia, que apresenta uma trajetória de crescimento excelente. Alias, todo investidor deve, sempre que possa, participar destes eventos.
Quarta-feira (15/8) teremos reunião de investidores de ALL.
Índice Bovespa e Dow Jones: 1998 - 2007
Enjoy it!
2 comentários:
Não sei se vc já viu o artigo do Ben Stein no Yahoo Finance:
http://finance.yahoo.com/expert/article/yourlife/41148
- O subprime representa até 20% da carteira dos fundos mais expostos;
- 20% deste pessoal (1 em cada 5) não está pagando, o que dá 4% do total;
- Se os bancos conseguirem executar e recuperar metade deste "perdido", no total teremos 2% de calote em todo o mercado;
E finalmente, o mundo inteiro está crescendo, o que nos leva a crer que está tempestade ainda pode fazer muito barulho, mas o barco seguirá firme e forte, principalmente no Brasil com as expectativas de crescimento cada vez maior...
Regis,
Não tinha lido ainda o artigo de Bem Stein.
Achei muito interessante. Ao ponto de colocar como leitura recomendada em Breaking News.
Obrigado pela visita e por seu comentário.
mantemos contato,
S. Buster.
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