domingo, agosto 26, 2007

9 semanas e ½.

Segundo Charles P. Kindeleberger a grande maioria das bolhas especulativas no mercado acionário estão relacionadas com bolhas no mercado imobiliário. Mr. Charles define três tipos diferentes de conexões entre estes dois ativos do mercado (As ações e os imóveis):

  1. A primeira é que em muitos países, especialmente os países pequenos ou em processo de industrialização, uma porção significativa da valoração do mercado de ações esta associada a empresas que trabalham com imóveis, empresas do ramo da construção e outras indústrias muito relacionadas com “real state”, incluindo os bancos.

  2. A segunda é que investidores que se enriqueceram rapidamente com o incremento do valor dos imóveis nos quais investiram, começam a diversificar sadiamente seus investimentos e então compram ações.

  3. A terceira conexão é um espelho da segunda. Investidores que se enriqueceram por causa da valorização do mercado acionário começam a comprar casas, apartamentos, e terrenos procurando diversificar e manter seu patrimônio.
O problema de repetir os erros do passado, usualmente acontece, simplesmente porque já esquecemos daqueles erros.
Esquecemos de por que ou, por quais motivos algum fato determinado aconteceu. Esquecemos quais foram seus efeitos e por quanto tempo se mantiveram.
Pode ser interessante rever o passado para conseguir encasular no lugar certo e da forma correta a atual crise nos mercados financeiros globais.

Esta é a teoria de C.P. Kindeleberger detalhada em seu livro “Manias, Panics, and Crashes.
Apoiado nas idéias de Charles segue a continuação um simples quadro que preparei com o histórico de algumas crises que aconteceram no mercado Brasileiro desde 2004.
(ver gráfico do índice bovespa: 2004-2007).


(clique no quadro para aumentar)

5-jan-2004: Inicio do governo Lula. Investidores retiram dinheiro da bolsa por temor a política economia que o governo de Lula possa adotar;

7-mar-2005: Pressões inflacionarias no mercado americano, temor de suba de taxa em aquele país; Barril de petróleo a 56u$; Taxa Selic 19,25%; Crise do Mensalão; Saída de investidores estrangeiros;

9-mai-2006: Pressões inflacionarias e temor por forte suba da taxa americana; Saída de investidores estrangeiros;

26-fev-2007: Investigação do governo chinês na Bolsa de Xangai. Preocupação com a economia Chinesa; Temor por controle de capitais na China; Temor por desaceleração da economia Chinesa;

23-jul-2007: Quebra no mercado de hipotecas de alto risco americano (Subprime); Queda de fundos como Bearns e BNP Paribas; Venda massiva de investidores estrangeiros nas bolsas do mundo para cobrir posições.

A crise atual aconteceu de forma relativamente rápida. Como usualmente acontecem as crises nestes últimos anos. A velocidade esta relacionada com a agilidade que atualmente existe para executar ordens de compra ou venda em praticamente qualquer mercado de ações do mundo.


Estou no grupo de aqueles que pensam que esta crise ira terminar em algum momento (ainda este ano). Em conseqüência disto, minha estratégia continua sendo a de aumentar o peso das empresas que compõem o portfolio... Estou avaliando também concentrar a maior parte do peso do portfolio em duas ou três empresas...

Na mira: Ideiasnet (IDNT3) e ALL (ALLL11).

Boa Semana, Bons Negócios!

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