domingo, abril 30, 2006

Maldita gripe, aviar

Busquei e pesquisei.
Procurei achar o motivo, a razão que explica-se porque as ações da Perdigão (PRGA3) perderam quase 10% de seu valor nas ultimas sessões?
Porque até o ano passado a Perdigão, Sadia e Avipal estavam-se beneficiando com a presencia do H5N1 na Asia? E agora, que esse mesmo vírus migrou para alguns paises da europa (Italia, França, Inglaterra, Alemanha) e alguns da Africa também, pareceria que estão reflitindo negativamente nestas empresas?
Como pode um mesmo fato ser positivo num ano, e negativo no ano seguinte?

A Perdigão obtém 51% da sua receita das exportações. Mas parece que agora ninguém quer comer frango como comia antes. Não interessa que dentro de um mês e meio na Alemanha milhoes de pessoas assistam pessoalmente a Copa do Mundo.
E se estas pessoas ao retornarem para seus países espalham o vírus?
Não interessa! O importante é nao comer frango, nem pato, nem nenhuma coisa que possua assas.
Posso comer peixe ou carne (que não seja louca)? Pode!

Isto certifica, mais uma vez, que os investidores não se movem por gráficos mas sim por decisões influenciadas pelo psicológico: Por este motivo o mercado é imprevissível.

Acaso no ano passado o H5N1 nao era transmissível para os seres humanos? Será que alguem acreditava que o virus iria ficar só nos países asiáticos?
Talvez.

E não retrasado (2004-dez/2005). Neste período a Perdigão se valorizou mais de 130%. Mas, não estavam morrendo galinhas nessa época?
Estavam.

E o que mudou?
Nada e tudo. Simplesmente o vírus continua seu curso. Espalhando-se com as aves através de seus ciclos migratórios pelo mundo...

Aonde vai parar?
Sei lá... em algum momento vai parar. Como sempre.

Isto significa que vale a pena comprar ações da Perdigão?
O preço esta interessante (por ação 20,60r$). Se a gripe aviar nao chegar no continente americano, sem duvidas em algum momento deste ano, o preço vai recuperar seus antigos patamares.

Em resumo:
Se voce acha que o H5N1 não vai chegar ao continente americano, sem duvida a Perdigão esta em valores extremamente interessantes. Eu já estou olhando com carinho...

Mas...
Se a gripe aviar chegar aos Estados Unidos e Canada, bom... nesse caso. O melhor seja mesmo esquecer dos gráficos, dos fundamentos, dar um respiro profundo, e descer do barco até a maré se acalmar.
Pois, somos investidores mas não suicidas e muito menos... gansos.

(Em caso de persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado)

Um comentário:

Anônimo disse...

Carlos Em 2005 a Perdigão registrou lucro líquido de R$ 361,2 milhões, 26% maior que o registrado em 2004. Esta melhora em seu resultado final reflete, principalmente, dois aspectos principais: o crescimento na margem bruta, em função do aumento da venda de produtos de maior valor agregado, e a melhora no resultado financeiro, como reflexo do impacto positivo da apreciação cambial sobre os passivos em dólar. Quanto às perspectivas na minha visao , no curto prazo existem alguns pontos de incerteza, que tendem a afetar negativamente os resultados do 1º sem/06.
Outro fator de preocupação foi algum recuo na demanda internacional de frangos, em função de um temor quanto à questão da gripe aviária que se alastrou por algumas localidades européias entre jan/06 e fev/06. Como reflexo da queda da demanda, foi constatado algum recuo no preço internacional do frango. Tal aspecto, aliado à atual paridade cambial ainda desfavorável às exportações, e à fraca demanda no mercado interno, provavelmente pressionarão a margem bruta no 1º Sem/06.
Cito também como ponto de cautela em relação ao mercado externo, no curto prazo, o embargo russo à carne suína brasileira, em meados de dez/05, devido a focos de febre aftosa no Paraná, uma vez que, até o momento, tal questão não foi equacionada.
De qualquer forma, no médio prazo o otimismo fica por conta da estratégia de busca de mercados alternativos no exterior, medidas internas visando minimizar a probabilidade de doenças tanto no segmento de aves como no de suínos, investimentos em produtividade e eficiência, lançamento de produtos diversificados e diferenciados e seu favorável share, bem como à possibilidade de resolução do impasse com a Rússia na questão do suíno.

Abracos

Anderson