Desta vez achei melhor abordar um assunto que acredito estar altamente relacionado com os primeiros quatro meses deste ano 2007: A Especulação.
Por definição existem dos tipos de especuladores. Os chamados de Insiders e os chamados de Outsiders (pagina 41: Manias, Panics and Crashes).
Ambos grupos são desestabilizadores de preços. Os Insiders são aqueles que desestabilizam o preço para cima, e para cima, e para cima, começando a vender suas posições perto do máximo valor aos Outsiders.
A perda dos Outsiders será necessariamente igual aos ganhos dos Insiders.
Os Outsiders são aqueles (amateurs) que seguindo a manada dos Insiders compram alto e vendem baixo, vitimas da euforia reinante no mercado. Depois da derrota (e das perdas), voltam para suas ocupações e poupam dinheiro novamente para o próximo round.
Grandes bolhas costumam se formar pela ação constantes dos especuladores (Insiders e Outsiders).
Você já assistiu alguma vez no canal da Bloomberg a publicidade daquelas corretoras que oferecem a corretagem de graça depois de 150 negócios num mês? Pois é: 150 negócios você faz assim, dizem!
Fiquei curioso e contei quantos negócios tinha realizado desde o inicio do portfolio (jul/2004). Foram 39. Evidentemente devo ser um péssimo cliente para estas corretoras.
No fundo a vida é uma especulação de longo prazo... O que nos torna, a todos, investidores.
Especulação é um negocio legal. No sentido que não existe nenhuma lei contra (por enquanto).
Eu insisto que uma abordagem focada no negocio com visão de longo prazo poderá tender a gerar maiores retornos que qualquer especulação.
Tenho amigos que ficam satisfeitos em ganhar 10, 20 ou 30% em algum tipo de operação especulativa de curto prazo. Nada de errado em isso.
Sempre faço as mesmas perguntas: Qual o capital que você apostou nessa operação? Que porcentagem representa de seu portfolio ou capital? Você é capaz de apostar 25, 40 ou 70% de seu capital numa operação especulativa?
Todos os especuladores que eu conheci até agora reconhecem que os valores “apostados” representam baixas porcentagens do total de seu capital disponível para investir.
Isto se resume a que estão obtendo ganhos percentuais elevados em curtos períodos de tempo, mas com baixas percentuais do capital que dispõem, e, por conseguinte, com baixos valores reais.
Trata-se também (como sempre) de uma questão psicológica. De confiança própria.
Imagine que alguém desse para você dez milhões de reais para você investir em algum negocio.
Você investiria olhando para quais variáveis? O preço da ação? O mercado da empresa em questão? A gestão da empresa? Que tal conversar com os executivos? Ou vai fazer uma analise técnica/gráfica? Vai comprar a empresa para vender-la em um curto período de tempo? Ou vai preferir ganhar dinheiro melhorando a rentabilidade do negocio? Você compraria a empresa porque as ações estão baratas? Ou estão em alta?
O que eu acho ruim da especulação no mercado de valores, é que as pessoas como nós (comuns) terminamos perdendo o foco no investimento de longo prazo, e centrando-se no jogo especulativo. Que logicamente pode dar retorno... Mas será que não daria mais retorno uma estratégia de longo prazo na qual consigamos ter a confiança suficiente em nos mesmos como para investir porcentagens mais elevadas?
Hoje li no suplemento de economia do Estado de São Paulo que Warren Buffett esta recebendo currículos com candidatos para substituí-lo como CEO da Berkshire Hathaway Inc. Duvido que um especulador fique finalmente no cargo. (ler artigo aqui)
Por ultimo, se você curte especular... Enfim, evite ficar no grupo dos outsiders.
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