domingo, janeiro 27, 2008

Bovespa Fashion Week (em recessão?).



Toda grande industria deve sempre ter seu exuberante evento promocional. Acontece com a industria automobilista, da aviação, da moda, da informática e porque não deveria acontecer com a industria financeira.

Sendo assim, acredito que chegou o momento de começar a falar da Bovespa Fashion Week (Primeira Edição). Um evento organizado por miles de estilistas anônimos das mais variadas tendências, que apostam através de seus lances, oferecendo cada vez mais generosos e coloridos descontos.

O evento não conta com a tradicional passarela pela que desfilam famosas modelos com provocadores e intencionais decotes, saias curtas e roupas translúcidas. Mas, pelo seu ticker vermelho o espectador poderá ficar fascinado e porque não, quase enfartado, ao assistir como celebres e reconhecidas empresas deixam cair seus preços...

É lógico que as ramificações da crise financeira nos Estados Unidos se estão propagando para oresto dos mercados do mundo, sem preconceitos de se são ou não desenvolvidos.
Quando a crise é de proporções consideráveis, como a atual, o contágio no resto das economias do planeta é inevitável.

Como investidores hoje nos deparamos com uma grande questão: Chegou o momento certo para voltar a investir?

O investidor irá obter basicamente duas respostas, dependendo de quem for o entrevistado: É o momento certo; Ou. Não é o momento certo, ainda.

Os preços atuais descontam que Estados Unidos sofreram algum tipo de desaceleração econômica. Hoje é indistinto classificar a desaceleração como se fosse, ou não, uma recessão. O mercado já sentenciou, embora possa, ou não, estar certo.

No suplemento Aliás, do jornal o Estado de São Paulo, saiu hoje um interessante artigo baixo o título: Cinco mitos sobre a recessão. (Kevin A. Hassett). (Nota: Infelizmente para ler o artigo em português você tem que ser assinante do Estadão. Mas, achei a mesma versão em inglês publicada no site do washingtonpost.com; de graça).

Outra leitura que pode contribuir para orientar a estratégia do investidor, nesta época de grandes oscilações e incertezas, é a publicada no Jornal Valor Econômico em seu suplemento de Finanças (25/1/08). Falando sobre a estratégia do Grupo de investimentos Blackstone. Na entrevista, Stephen Schwarzman (CEO do Grupo), sugere que a Blackstone esta pronta para investir no Brasil U$675 milhões.

O fundo vai investir em cinco setores básicos da economia: Saúde, Educação, Infra-estrutura, Construção Civil e Consumo Alimentício.

A situação exige muita cautela.
Porém, os atuais níveis de desconto que muitas empresas oferecem na bolsa são bem interessantes.
Como esta detalhado no quadro (Bovespa Fashion Week), todas as empresas da Plantação apresentam níveis de desconto além do interessante.

Bom, meu dilema é o mesmo de muitos... Não tomei ainda nenhuma decisão.
Vou continuar de olho... bastante atento... para investir...

Boa Semana, Bons Negócios.

Reflexão: Se vai ser um ano ruim, que seja com estilo.

domingo, janeiro 20, 2008

Pero porque no te callas.

Isto é para criar confusão.
Confúcio.

Primeiro foi Bem Bernanke (em discurso o 17 de Janeiro) que falou que um pacote de estimulo ao consumo é uma medida necessária para evitar que os Estados Unidos entrem em recessão. Com isto, o Presidente do FED certificou que não dispõe de muitas ferramentas para atacar a atual crise, seu único instrumento (a taxa de juros) desta vez parece que não será suficiente.
Com Bernanke pedindo ajuda os mercados derreteram como picolé na praia.

Depois foi George W. Bush (Republicano) anunciando um pacote para o crescimento de u$150 Bilhões! Que ainda deve ser aprovado pelo congresso Americano que é em sua maioria Democrata.
A pergunta dos 150 bilhões é que tão rápido o congresso Americano irá aprovar o pacote para estimular o crescimento? Logo, quanto tempo vai demorar em surtir o devido efeito na economia? Três meses? Seis meses?

Não teria sido mais efetivo fazer estes anúncios em Novembro do ano passado?

Se o Brasil vai sair imune? Difícil. Seguramente terá impacto nas exportações, na balança comercial, no valor do dólar, nos juros, e no crescimento econômico (que será menor do inicialmente projetado, que foi de 5% do PIB). É claro que Brasil esta preparado, mas não acredito que tamanha turbulência seja de graça.

Por enquanto os principais atingidos foram os investidores que possuem dinheiro na bolsa. A economia real, o dia a dia das empresas não sofreu alem do bombardeio jornalístico.
Como ninguém consegue explicar a ciência certa, qual é a real extensão da crise das hipotecas de segunda linha, o mercado oscila dia a dia na medida que novos rombos são descobertos.

De aí que o problema vai-se tornando mais e mais grave. Como a retração no setor financeiro americano não envolve unicamente o setor imobiliário. Mas sim o setor de credito em geral. E já sabemos que o credito é o combustível fundamental para o consumo. A menor disponibilidade de credito para o consumo, o possível aumento do desemprego e sua natural repercussão na renda das famílias... Não parece ser um cenário que transmita muita confiança para os investidores.

Estados Unidos (responsável por 27% do PIB mundial, ver lista de PIB aqui) pode hoje não ser a única locomotiva que puxe ao resto das economias. Mas não acredito que as outras locomotivas consigam substituir a função que este país cumpre economicamente no mundo. Você acha que, Nos (Brasil), que somos um vagão do trem podemos andar sozinhos ou mais rápido que a locomotiva?

No mercado financeiro do Brasil, um primeiro sinal foi o da interrupção de uma serie de Ofertas que estavam planejadas para ocorrer no inicio deste ano. No suplemento (Eu&Investimentos) do jornal Valor Econômico da sexta-feira 18, Lucia Monteiro, descreve a situação num excelente artigo que vale a pena ler (resumo aqui).
... Considero que a medida tomada pelos executivos de Ideiasnet foi muito acertada e inteligente. Porque vender ações da empresa num momento como este? De persistir na iniciativa poderia passar uma mensagem errada ao mercado de que a empresa precisa desesperadamente de dinheiro.

Como Benjamin Graham escreveu no seu livro, The Intelligent Investor, o investidor pode escolher entre fazer uma avaliação do negocio ou uma avaliação do valor da ação. Todo mundo é livre de escolher a abordagem que considere mais adequada, ou dependendo das circunstâncias, uma mistura de ambas.

Quando os médicos diferem, o paciente morre.
Confúcio.

Boa semana, bons negócios.


domingo, janeiro 13, 2008

Melhores empresas para investir em 2008?

As principais e mais importantes publicações financeiras do mundo costumam publicar no inicio de cada ano um guia de investimentos para o ano em questão. Para não ser menos este ultradesconhecido blog de investimentos decidiu hoje publicar uma versão especial do Guia de Autodefesa do Investidor das Galáxias (2008), abordando o assunto.
Mas no lugar de responder a pergunta Onde Investir em 2008, os editores reunidos (isto é: eu mesmo), decidiram após democrática votação responder à pergunta considerada prévia: Quando Investir em 2008?

Quando Investir em 2008? É a pergunta que irá fazer uma grande diferencia no final deste ano. Com isto remarco que o timing terá um peso graúdo na performance do portfolio (o seu e o meu).

Nos próximos 12 meses, o cenário no mercado de ações, será algo similar a alguma temporada do seriado 24hs, no qual o agente federal Jack Bauer tenta durante um dia (que dura uma ano) acabar com a ameaça terrorista.
Em seu lugar, os investidores, irão enfrentar a ameaça de recessão Americana, queda nos lucros das empresas, preços dos commodities disparando, fusões na indústria de serviços financeiros, inflação, queda no valor do dólar... Entre outras surpresas (eleições, etc).

Isto não deveria ser suficiente para que os investidores pensem duas vezes antes de manter seu dinheiro na bolsa...?
Talvez. Mas da mesma forma que é difícil entender porque ainda Jack não pediu demissão, a melhor coisa que o investidor pode fazer é manter a cabeça fria ao melhor estilo Bauer.

Mesmo com a desaceleração Americana as perspectivas para a economia mundial continuam apontando um crescimento na faixa dos 3,5% (ver informe do World Economic Fórum aqui). A constante e crescente fraqueza do dólar frente as principais moedas do mundo (Real incluído) tem que vir a refletir no déficit comercial Americano (diminuindo) e nos lucros das empresas exportadoras desse país (aumentando).

Claro que não todo é ruim, a demanda por matérias primas, alimentos e equipamentos agrícolas deve continuar crescendo neste ano. Brasil já é um país consolidado nestes rubros e empresas que atuam nesta industria (como Perdigão, Sadia e ALL) devem ser avaliadas.

Voltando à questão de Quando: Continuo pensando que aguardar e formar caixa são as melhores opções neste momento.

  1. Ainda o FED deve cortar os juros no final deste mês no Estados Unidos (as apostas estão em corte de até 1%).
  2. Ainda o governo de Bush deve aplicar formalmente o pacote de incentivo fiscal para aquecer o consumo em aquele país.
  3. Ainda devemos aguardar para saber o que o COPOM irá decidir com a taxa de juros no Brasil.
  4. Ainda teremos que aguardar até novembro pelas eleições Americanas. E cabe lembrar que em ano eleitoral a bolsa de aquele país não costuma subir muito alem da inflação.
Para entender melhor à questão do timing, acredito que o gráfico da Bovespa de jan/2001 até jan/2003 seja uma boa auto-explicação.

Boa Semana, Bons Negócios.

domingo, janeiro 06, 2008

Sofrendo 2008 (Pay Per View).

Sejamos honestos. Os prognósticos para o primeiro semestre deste ano de 2008 são todos uma porcaria.
Claro, que para o segundo semestre parecem ainda mais escuros, terríficos e sinistros.


Você pode ler qualquer jornal de qualquer país e certificar-se que Inflação + Recessão se chama de Estagflação. Que o FED esta encurralado. Que o Petróleo pulou para u$90 o barril. Que o desemprego aumentou nos Estados Unidos e que o consumo esta despencando. Que teremos eleições no grande país do norte. Que será Hillary? Que será Obama? Que os efeitos da desvalorização do real deveram ser sentidos a partir deste ano... E vai saber que surpresas ainda nos depara a bendita crise dos créditos de segunda linha, que de mês em mês da sua chicotada.

Se o cenário vai melhorar?
É claro que ainda não!!!

Eu devo ser um completo e total tonto otimista.
Porque?
Vi o mercado despencar a partir do segundo semestre de 2007, e mesmo assim continuei investindo. Investidores tontos, como eu, olham para a arvore e não para a floresta.
Continuando com esta metáfora, se olharmos com atenção vamos encontrar muitas árvores caídas, embora ainda estejam fortes... E isto deve abrir um universo de barganhas. Mas cuidado sejamos muito cautelosos. Mas muito mesmo!

Os tontos não devemos nunca jogar o jogo dos grandes tontos.

A melhor lição que 2007 me deixou foi a de não ter descido das ações da GOL depois do acidente da TAM. Paguei pela minha insistência ou teimosia.
A empresa top da Plantação foi Ideiasnet (IDNT3) com valorização de 219% (2/1/07: 2,77 – 28/12/07:8,85).

Como falei, estou otimista para este ano, então seguem algumas poucas sugestões.


  1. Forme um bom caixa...
  2. Olhe para onde o dinheiro vai. Mesmo com desaceleração, as pessoas devem continuar comendo... E de ser possível barato...
  3. Se investir é uma arte, então deixe seu olho bem afiado. Leia, se informe, pesquise e seja paciente.
  4. Se o dólar reverter a tendência aqui no Brasil, empresas exportadoras devem apresentar um fluxo melhor de caixa no final deste ano...
  5. Quanto mais pode subir o petróleo se o mundo se desacelera? Zero talvez?
  6. Forme um bom caixa... e procure barganhas.
Quem acha que não vai sofrer neste ano por causa das oscilações esta-se iludindo. Vamos sofrer como tontos. Iludem-se como grandes tontos pelo desejo de fugir da realidade...

Mas, não se preocupe. O desempenho de seu portfolio neste ano só depende de você e das decisões que você tome. Não é bom?

SORTE E SUCE$$O NESTE 2008!!!
Boa Semana, Bons negócios!


Nota: Estarei atualizando os valores da Plantação durante esta semana.